Ironman Brasil 2011

Ironman Brasil 2011

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

14 years ago



Há 14 anos, numa manhã de sábado, precisamente às 07:42h de um ensolarado 21 de novembro, minha vida mudou. E mudou para sempre. E mudou para muuuuuito melhor.

Numa maternidade que parecia ter sido reservada somente para sua chegada, visto que nenhum bebê nasceu naquele dia, além dele. Anunciava-se, pois, uma grande chegada. O mundo recebia alguém especial. Um ser humano puro, e não por ser um bebê, mas puro ao longo de todos estes anos. Enfim, alguém realmente bom.

Naquele dia, ele chegou e me apresentou uma realidade mais ampla. Algo desconhecido para mim. Sentimentos mudaram de perspectiva; minha ótica do mundo já não era mesma. Ou seja, já chegou ensinando. E ensina até hoje. Aprendo muito com sua paz; com sua calma infinita; com sua paciência de fazer inveja a Jó. Aprendo com sua vontade de ser justo e fazer o bem. Aliás, corrijo-me! Ele não tem esta vontade. Não tem mesmo! A justiça e o bem são essência de sua personalidade. E assim, por ser de essência, não carecem de vontade para serem demonstradas. Ele simplesmente assim faz por ser dele; por ser ele.

Ele é especial! E não é porque aqui se vê um pai coruja falando. É fato! Ele é demasiado inteligente. É um excelente irmão. É um filho espetacular. É um neto extraordinário. Tudo isto do seu jeito - calado, tímido, um pouco introspectivo -, mas é.



Sobre ele, eu poderia discorrer tomos e mais tomos, e nem todo o papel deste mundo seria suficiente para esgotar as palavras que traduziriam suas qualidades. Entretanto, este não é o intuito desta postagem. Não estou aqui para fazer uma Ode ao meu primogênito. Estou aqui para expressar a importância que ele tem em minha vida. Expressar o quanto me sinto realizado em vê-lo crescer e aprender coisas boas. Expressar o quanto me sinto realizado em vê-lo identificar e evitar coisas ruins. Expressar o incomensurável prazer que sinto ao vê-lo realizar os sonhos que tinha para mim e que nunca consegui por em prática, como, por exemplo, tocar guitarra e violão.



Ou seja, estou aqui simplesmente para dizer: Leozão, eu te amo! Feliz aniversário!!


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Olímpico do Cabra



E é chegada a semana em que será realizado o Cabra da Peste. Para quem não sabe, trata-se de uma prova de triathlon de longa distância. O Cabra da Peste, nas edições anteriores, era realizado nas distância de Ironmnan (3,8km de natação + 180km de ciclismo + 42km de corrida), e de Meio Ironman (1,9km de natação + 90km de ciclismo + 21km de corrida). Entretanto, para este ano de 2012, a organizadora, a saber, a FETRIECE - Federação de Triathlon do Ceará, optou por realizar somente a distância de Meio Ironman. Porém, incluiu a distância de triathlon olímpico (1,5km de natação + 40km de ciclismo + 10km de corrida).

A prova será realizada neste sábado vindouro, 24 de novembro de 2012, na praia do Cumbuco, no município Caucaia, região metropolitana de Fortaleza.

Estou inscrito para o Triathlon Olimpico. E estou muito feliz por isso. Minha intenção inicial era participar do Cabra da Peste na distância de Meio Ironman, mas isto não foi possível. Depois do nascimento do meu filhote, não sabia ao certo quando voltaria a treinar, chegando até mesmo a pensar que o semestre estaria perdido (para o triathlon). Ocorre que voltei, mas não a tempo de conseguir cumprir a periodização necessária para uma prova com distâncias de Meio Ironman. Assim, optei por me inscrever no Olímpico.

Não tenho assim tantas expectativas para esta prova, mas até que consegui treinar bem nestas últimas 3 (três) semanas. A natação, como sempre, preocupa, pois é a modalidade que ainda não consigo encaixar a quantidade suficiente de treinos semanais.

Mas isto tudo não importa. Estou voltando a participar de uma prova de triathlon desde abril deste ano de 2012, quando aconteceu a I Etapa do Campeonato Cearense de Triathlon Olímpico. Isto sim é o que interessa. Será minha única prova do semestre, apenas a terceira do ano. Um ano que só fiz uma prova longa (Campeonato Brasileiro de Longa Distância); mas um ano atípico e especial.

Quem sabe não tenha sido bom e necessário. Afinal, o Ironman Brasil 2013 vem aí!!!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Camel Cycling



E os treinos caminham numa sequência incrivelmente boa. QUE MARAVILHA! E quando fazemos muitos treinos, inevitavelmente surgem novas histórias. Sejam boas ou ruins, engraçadas ou tediosas, - não importa - sempre surgem.

Hoje estava previsto um treino de ciclismo de 40 km com alguns tiros. Ótimo! Animado, organizei o material do treino na noite anterior, como é de praxe. Assim, pela manhã, fica mais fácil e você consegue alguns minuitos a mais de sono.

Entretanto, nem sempre conseguimos unir toda a tralha na hora da saída. No treino de hoje, acabei por esquecer a caramanhola. Resultado: treino no estilo camelo. SEM ÁGUA! Pensei que eram apenas 40km, e que não seria nada assim tão sofrível. E fui.

O treino transcorria sem problemas, quando chega a hora do gel de carboidrato. Aí a ficha caiu! PQP... sem água! Gel de carboidrato sem água é um verdadeiro selante para a garganta. Mas eu pensei no treino. O treino é forte, de tiros. Ainda que curto, tendo em vista a intensidade, não consumir o gel poderia diminuir muito o rendimento na segunda metade do treino.

Sem pensar mais, mandei o conteúdo do sachê para dentro. E era língua para cá, língua para lá, rezando para salivar mais e ajudar da diluição daquela "cola" que secava na minha boca. Não foi uma sensação boa, mas, com alguns minutos, a coisa foi voltando ao normal.

No fim das contas, consegui fazer o treino todo certinho, sem "quebrar", e sem água. Fiquei pensando que isto só foi possível porque era um treino de ciclismo. Se fosse corrida, acho que não teria qualquer chance de êxito.

Agora, tenho que redobrar a atenção no momento de sair de casa, para nunca mais esquecer a abençoada água.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

30 Anos de Triathlon no Brasil



Para quem não viu, sugiro que se esforce para assistir ao programa sobre os 30 anos de triathlon no Brasil, o qual foi exibido pelo canal Sportv.

Para ajudar a galera, aí vai o link para assistir a íntegra do programa.

30 ANOS DE TRIATHLON NO BRASIL.

Divirtam-se!!! E aprendam um pouco mais sobre este esporte maravilhoso!

Oi.... voltei!

E aí, galera? Pois é, estou de volta. Será que aparecerei por aqui com mais frequência? Sinceramente, não sei! Mas tentarei.

Desde o nascimento do caçula/mais novinho/coisinha, foram apenas 3 postagens. É! Desde 27 de junho, postei apenas três vezes. Foram 4 meses onde a prioridade MÁXIMA era o pequeno. Falo máxima porque ele, assim como seus irmãos, nunca deixarão de ser a prioridade.


Coisinha hoje, aos 4 meses.

Entretanto, o trithlon não ficou de todo encostado. Nos primeiros meses, treinei quando era possível. Providenciei um rolo para a bicicleta, e este salvou-me incontáveis vezes. Já no terceiro mês a coisa começou a ficar mais rotineira. E rotina significa possibilidade maior de treinar. Consegui manter uma regularidade (se é que posso assim dizer) bem melhor. Hoje, já em meados do quarto mês de vida do menorzinho, a rotina e a regularidade já são fato. Treino há duas semanas conseguindo fazer 100% dos treinos. E - detalhe - com empolgação redobrada.

A intenção era fazer o Cabra da Peste, prova com distância de um Meio Ironman, realizado aqui no Ceará. Entretanto, não foi possível voltar a treinar com tempo suficiente para a periodização necessária. Resolvi não arriscar, e inscrevi-me no triathlon olímpico que ser realizado na mesma oportunidade do Cabra da Peste.


Após esta prova, chega a intertemporada, e com ela algumas provinhas de corrida de rua que animam o calendário e os corredores de Fortaleza. Minha queridíssima mulher voltou a treinar, e também recuperou a empolgação de outrora. Ano que vem promete! Mas isto é assunto que renderá inúmeras postagens neste blog.

Já treinando. Sequiosa por uma Maratona!

O Ironman Brasil 2013 vem aí. E, com ele, todo um período de treinos cheios de histórias a serem contadas.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

1 ano



E eis que este humilde blog completou, recentemente, mais precisamente no dia 08 de julho do ano em curso, um ano de existência.

O blog foi motivado pela lesão à qual fui acometido após o Ironman Brasil 2011. Eu sentia necessidade de falar! Obviamente, o foco central sempre foi o triathlon. Mas não limitei o blog. Eu tinha que falar para amenizar a dor (muito mais psicilógica) de estar afastado dos treinos de corrida. E falei sobre tudo: triathlon, corrida, família, amigos, amor, etc. Até rusgas, das quais não me orgulho, foram vistas neste espaço.

Por vezes o blog esteve bastante ativo, antenado na cena do triathlon cearense. Noutras oportunidades, afastei-me um pouco, por força da vida profissional ou pessoal. Mas, sempre que possível, trouxe um assunto, ainda que trivial, para estas humildes páginas virtuais.

Diverti-me com os números de acessos, observando as postagens mais populares. Alegrei-me com comentários de amigos, seja no Facebook ou aqui mesmo no blog. Espantei-me com ofensas gratuitas, acorbetadas pela covardia de um comentário apócrifo (menos mal que tenha ocorrido numa única oportunidade). O fato é que, entre momentos de auge e outros de quase inanição, o blog tem como saldo uma enorme satisfação de ter este canal para extravasar; para enaltecer o esporte; para encorajar pessoas a mudarem seus estilos de vida; para homenagear; para elucubrar; para fazer as mais variadas odes aos mais variados assuntos da vida, sejam relevantes ou banais.

Este blog já trouxe pessoas ao mundo do triathlon. Este blog já foi o veículo para que a história de vida de um atleta chegasse às páginas de uma revista de publicação nacional. Este blog já foi a via pela qual a minha alma se materializou em palavras. E o que mais este blog será? Não sei! E acho que este é o segredo para que esteja dando certo, ou seja, a completa falta de obrigação de escrever. Quantas vezes vi assuntos que seriam excelentes merecedores de uma postagem, mas, por pura preguiça, não o fiz? Muitas!!! Aproveito a oportunidade e peço desculpas àqueles que realizaram feitos, no triathlon, que deveriam ter sido comentados aqui, mas não o foram. Não foi por mal! Foi apenas porque escrevo quando quero, quando estou inspirado, ainda que o assunto seja dos mais profícuos.

Enfim, parabéns ao blog! Vejamos até quando a vontade de preencher estas páginas virtuais mantém-se viva!

terça-feira, 17 de julho de 2012

E o Triathlon?

Sem palavras!!


Estou na quarta semana de pouquíssimos treinos. Nas duas últimas, os treinos quase não existiram. Que planilha é essa? NÃO. NÃO! Não é a planilha. Ela está lá. Firme, forte e recheada de treinos muito animadores e desafiadores. Eu é que não estou cumprindo-a.

Como sabido, meu filhote mais novinho nasceu há três semanas. Antes disso, tive que ficar no apoio à minha querida esposa nos últimos e mais difíceis dias de gravidez. Assim, quatro semanas se vão onde o triathlon ficou em segundo, quiçá, terceiro plano.

Entretanto, as coisas começam a entrar nos eixos e a rotina tende a se estabilizar. O relógio biológico do moleque começa a acertar os ponteiros. Com isto, meus treinos já parecem uma realidade bem mais palpável.

Alguns podem estar se perguntando se eu sofri com este afastamento forçado. Sabe que achei que seria bem pior!! Não posso nem mesmo taxar o afastamento de "forçado", pois não me sentia obrigado a ficar em casa. Ficava com prazer, com amor. Treinei quando foi possível, sem forçar o corpo castigado pelo sono e sem a perturbação de estar perdendo bons treinos e performance. Treinei quando estava disposto, descansado e sem a dúvida de que estavam precisando de mim em casa.

Perdi a segunta etapa do campeonato cearense de sprint, e não será neste ano que conseguirei fazer todas as provas da Fetriece. Mas, se servir de consolo, é mesmo no sprint que sou pior ! ehehehehehe....

Agora, é tentar encaixar novamente os treinos com o foco no próximo endurance, a saber, o Cabra da Peste. Vamos com tudo! #keeptri

terça-feira, 26 de junho de 2012

Chegada!!





É chegado o momento!
Momento de perder a noção de tempo.
Momento de perder o chão.
Momento de ser invadido.
Invasão em muitos sentidos.
Invasão trazendo confusão.
Confusão de ideias.
Confusão desfazendo a rotina, até que a rotina volte a ser rotina.
Invasão e confusão esperadas. Ou melhor, desejadas!
Invasão e confusão que se tornam imperceptíveis em virtude daquele que as traz.
Uma aparição de luz.
Luz que encandeia, cega.
Distorce a realidade. Não!!
Mostra a realidade.
Abre os horizontes, expondo a beleza daquilo que move o universo: o amor!
Incondicional!
Insano!
Incomensurável!
Incontido!
Infitinamente puro!
Desesperado!

Seja muito bem-vindo, "mais novinho"!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Insanidade, Amor ou Desespero?



Vou começar pelo fim! Hoje acordei às 4:00h da madrugada, suplementei, vesti o uniforme da equipe e subi na bike já na porta de casa. Iniciei o treino às 4:30h. Estavam previstos 90 minutos de treino, com a série principal a ser feita na PAT (Av. Padre Antônio Tomás - próximo a Cidade do Fortal). Após o treino realizado, eu já estava em casa às 6h da manhã.

E é diante de tal atitude que vem a pergunta: Isto é insanidade, amor ao esporte ou desespero?

Tentarei explicar. Se é que isto será possível!

É sabido que minha querida esposa está grávida, e a gestação já está em sua reta final. Ela ajuda bastante para que eu possa realizar meus treinos, mas, nas atuais circunstâncias, está impossível. Assim, a tarefa de deixar as crianças no colégio sobrou para mim. Isto implica diretamente em dificuldade para treinar. O tempo fica apertado, principalmente para os treinos de ciclismo. De logo, concluí que não poderia mais seguir os horários da equipe. Treinar só seria a única saída. Tenho feito de tudo para evitar isto, mas acho que não tenho opção.

E tem mais. Meu novo herdeiro deve nascer por estes dias, e treinar já não será uma coisa tão fácil. A opção de ir mais cedo já nem mesmo poderá existir.

Então, com todos estes pensamentos na cabeça e com as dificuldades que se apresentam, resolvi aproveitar o tempo que me resta antes da chegada do "mais novinho".

Assim, matutando ontem à noite, resolvi viabilizar, por cima de pau e pedra, meu treino de hoje. Única saída possível: acordar bem mais cedo e sair de casa pedalando para evitar o trânsito na hora de voltar. Foi aí que nasceu esta ideia. E ela foi posta em prática hoje. Loucura? Amor ao triathlon? Desespero por saber que não terei tanto tempo assim para realizar meus treinos num futuro beeeeeemmmmm próximo?

NÃO SEI!

Só sei que eu treinei. E tô feliz pra c......!


aaahhhh.... preciso de um rolo urgeeeeeente!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Ironman Brasil



Duas semanas afastado do blog, mas não sem vontade de trazer notícias. É que foi a última semana de preparação para o Ironman Brasil 2012, e, apesar de eu não particpar, vi todo o treinamento de alguns amigos, inclusive do Red Team.

Acompanhar a prova à distância, esperando notícias via telefone e internet é um exercício de paciência. A torcida pelo amigos é grande, e nos deixa bem ansiosos. Mas a rede de informações que se formou foi muito legal. As notícias chegavam via Facebook, Whatsapp, etc. Deu para acompanhar à contento.

Os resultados dos cearenses foram realmente expressivos, e deixa clara a evolução, de um modo geral, da performance do triatleta cearense. Há de ser dado destaque a alguns nomes. Como não posso elencar todos aqui, elegi 04 (quatro) amigos que realmente merecem a menção. São eles:

Rafael Arias, o Tobinha

O garoto "destruiu" em Floripa com o tempo de 9:31h. Ficou em 3º da categoria e, pasmem, um absurdo 46º geral. Infelizmente, Tobinha não conseguiu a vaga para Kona, visto que sua categoria só qualifica um atleta para o Mundial no Havaí. Sonho adiado. Repito, ADIADO! Não tenho dúvidas de que ele conseguirá esta vaga.

Rommel (Doctor Jekyll and Mr. Hyde)

Apesar de não ser mais uma surpresa, pois o Dr. sempre demonstra excelente performance, Rommel conseguiu baixar ainda mais seu tempo em Ironman. Mandou em 9:47h. Dizem que a diferença entre os campeões e os reles mortais é a vontade desmedida pela vitória, não importando o sacrifício que tenha que ser feito. E esta caracterísctica, ao meu ver, está presente na personalidade do Dr.

Marcelo, "Seu" Polícia

Foi outro que fez seu tempo anterior despencar. Salvo engano, a redução foi de pouco mais de uma hora. Chegou no pórtico final com 10:11h. Que evolução!!

Pedro Vasconcelos, o Mentirinha

Este foi a dono da evolução mais espetacular entre todos os cearenses. Chegou com 10:59h, conseguindo reduzir sem tempo anterior em impressionantes 1:52h. Seu resultado torna-se ainda mais expressivo quando sabemos que Pedro, em passado bem recente, era obeso.

Bom, estes são os quatro triatletas que escolhi para mencionar e parabenizar especificamente. Entretanto, como já mencionei alhures, isto não tira o mérito de todos os demais, principalmente aqueles que fizeram a prova pela primeira vez, conseguindo, assim, o título de IRONMAN. Não é para qualquer um, viu? Parabéns a todos!!!

Semana seguinte!!!

A semana que sucedeu o Ironman ainda transcorreu sob a magia da prova. Todos colhendo os louros da vitória e contando suas experiências. Nós, os que não participaram, ávidos por notícias, ainda discutíamos e ansiávamos por saber todos os detalhes. E, O MAIS IMPORTANTE, tratava-se da semana em que as inscrições para o Ironman Brasil 2013 seriam abertas.

Falar em semana parece inapropriado, visto que as isncrições para as provas de Ironman tem se esgotado, no mundo todo, em poucos minutos após a abertura. Para o Ironman Brasil 2013 não foi diferente. Sexta-feira, 01 de junho de 2012, às 11h da manhã, um enorme número de triatletas estava à frente de seus computadores. Não tenho dúvidas de que a tensão foi companheira da maioria deles. É uma corrida contra o tempo. Esperar o link finalmente aparecer, clicar nele e correr para fazer todo o procedimento com a maior brevidade possível, na esperança das vagas não esgotarem até que você conclua todos os passos.

Pois é! Não tem para quem quer! São 2.000 (duas mil) vagas que se esgotam em menos de 20 minutos. E pasmem! A inscrinção é feita mediante o pagamento da "bagatela" de US$ 700,00 (setecentos dólares).

Por fim, ver o registro completo, garantindo sua vaga para uma prova que somente será realizada daqui a um ano, e ainda assim ficar extremamente feliz, é realmente algo que só o Ironman pode proporcioar. Vencida a primeira batalhar para fazer um Ironman!! EU ESTOU INSCRITO!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pague Menos



Foto da prova
Até nisso a Pague Menos é caprichosa

Antes de mais nada tenho que me desculpar pela ausência. O blog anda um tanto esquecido, mas não é sem motivo. Passei duas semana sem conseguir treinar normalmente, tendo feito, quando muito, metade dos treinos previstos. Não foi por falta de vontade, ou por qualquer problema sério. Minha mulher está na reta final da gestação, e, portanto, ela tem sido o foco da minha atenção. Atenção integral!

Entretanto, nesta semana consegui engranar novamente nos treinos, estando, até esta quinta, 24/05, hoje, com 100% da planilha cumprida.

E começou com a Corrida da Pague Menos, realizada no último domingo. Vale dizer, por oportuno, que a organização da prova foi impecável. Água gelada, largada, chegada, etc. Continua sendo o paradigma a ser seguido aqui no Ceará.

Para mim, a prova foi um tanto peculiar! Fui determinado a correr apenas para curtir, sem, como se costuma dizer no linguajar da corrida de rua, fazer força. Ademais, queria acompanhar meus amigos que estavam cumprindo os últimos treinos para o Ironman Brasil 2012. Iríamos correr leve.

Porém, por ironia do destino, não encontrei com meus amigos na largada. Larguei sem saber onde eles estavam. Como me posicionei no meio do bloco de corredores, achei que eles estariam mais à frente. Comecei leve, curtindo mesmo a corrida. E assim pretendia ir até o final.

Mas queria muito correr com os comparsas, e comecei a apressar o passo para os alcançar. E nada de sequer os ver à frente. Logo já esatava correndo bem forte... e nada de encontrar os caras. Que saco! E continuei correndo, e pensando:

- Aqueles malandros disseram que iriam correr leve!

E continuei correndo.

Resultado: a corrida acabou e eu não os encontrei. E fiquei sabendo que ninguém havia chegado, pois todos haviam largado bem mais ao fundo do local de onde eu larguei. WTF!

Mas, de qualquer forma, não há como uma corrida ser ruim! É sempre muito bom correr!

Keep running!
Keep tri!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Queda: um perigo iminente!



Foto retirada da internet

Muito se fala sobre os perigos da prática do ciclismo, principalmente do desrespeito dos motoristas quando do compartilhamento das vias com os ciclistas. Entretanto, há um perigo, pouco comentado, mas que é constante. Constante? Sim, infelizmente! E há como afastar tal perigo? Não, infelizmente! É um perigo constante por ser inerente à própria prática da coisa. Estou falando da QUEDA!

Mas alguns, mais desavisados, podem pensar que uma "quedinha" não mata ninguém. Que, até mesmo para aprender a andar de bicicleta, faz-se necessário algumas idas ao chão. Mas, no ciclismo esportivo, não é bem assim!

Como sabido, chegamos a velocidades consideráveis, e nossa proteção restinge-se a um capacete projetado para absorver o impacto. Numa queda, estes capacetes quebram-se, não repassando, ou pelo menos diminuindo bastante, a energia gerada pelo impacto da cabeça do ciclista no chão. Entretanto, o resto do corpo do ciclista é totalmente vulnerável.

Quando iniciamos no ciclismo esportivo, é comum ouvirmos a seguinte frase:

"Só há dois tipos de ciclistas: os que caíram, e os que AINDA não caíram!"

Parece uma assertiva assustadora, mas, a bem da verdade, ela é bem realista.

Então, os riscos de uma queda são suficientes para inibir a prática do ciclismo? Não, de forma alguma! Há muitas formas de diminuir estes riscos, tornando o ciclismo um esporte com riscos assim como todos os outros. Aliás, há riscos em tudo que se faz nesta vida. Não estamos livres de acidentes nem mesmo sob a suposta segurança de nossos lares. Se pensarmos apenas nos riscos, acabaremos por nada fazer, e nos entregaremos à uma espécie de síndrome do pânico.

A prática traz a experiência necessária para um treino seguro. Pedalar com os mais experientes, ouvindo seus conselhos, e portando-se sempre com cautela nos pelotões, são formas de aumentar a segurança, diminuindo os riscos.

A atenção há de estar em seu grau máximo durante os treinos. Costumo dizer que, após um treino de ciclismo, estou mais cansado mentalmente do que fisicamente. Não se pode desviar a atenção por um instante. E, vale salientar, tanto maior a velocidade, maior a atenção requerida. Tais fatores são diretamente proporcionais.

Bem! Mas trouxe este assunto à baila em função de dois acontecimentos lamentáveis ocorridos nesta semana. Um, no domingo, dia 06 de maio, e o outro ontem, dia 08 de maio. Três dos integrantes do Red Team foram vítimas de quedas. Fato raríssimo em nossa equipe, mas, como frisei anteriormente, ninguém está a salvo de tal infortúnio.

No domingo, já ao final do treino, nas proximidades do novo Centro de Convenções, uma pedra levou Erick e Loureço ao chão. Amparados pelo restante dos amigos de equipe, levados ao hospital, o pior ficou para Lourenço, o qual teve fratura na clavícula, vindo a sofrer cirurgia no dia seguinte. Erick teve pequenas escoriações e dores no corpo motivadas pela forte pancada.

Na terça, Pedro Vasconcelos, conhecido no meio do triathlon como Mentirinha, caiu sozinho na CE-040. A velocidade era considerável. No momento do acidente, parecia ter ocorrido coisa mais grave, fato que veio a ser afastado após exames feitos no hospital. Escoriações na face e no braço esquerdo foram o saldo da queda. O susto foi bem maior do que o resultado da queda. O pior mesmo ficou pelo sentimento de quem está treinando há 4 meses para o Ironman Brasil e, repentinamente, ver a possibilidade de não mais participar da prova. Felizmente, foi apenas um susto.

O que importa é que nossos amigos estão bem, em plena recuperação, e sem nada mais grave para os afligir.

Estes episódios lembraram-me de uma grande queda da qual fui um dos envolvidos. Foi minha primeira queda. Lembro-me de cada detalhe daqueles momentos. É algo impressionante! Mas isto é assunto para uma outra postagem.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Beira-Mar às sextas!!



Clique para ampliar

Despiciendo dizer o quão prezeroso é treinar na Beira-Mar de Fortaleza. Entretanto, às sextas-feiras, o ambiente parece estar envolto de uma magia a mais. Não sei se é o ambiente, a própria Beira-Mar, ou se é um simples efeito psicológico produzido pela chegada da sexta-feira (véspera do tão esperado final de semana de treinos e descanso).

Seja o que for, o fato é que treinar corrida na Beira-Mar, às setas-feiras, é muito bom! Todos parecem estar simpáticos além do normal. O sol parece brilhar de modo diferente. Os carros, que por lá passam, parecem respeitar mais os corredores. A água de côco parece estar mais deliciosa. O mar parece esforçar-se ainda mais para embelezar a paisagem de cartão postal.

E foi neste clima que hoje treinei corrida com os gigantes Chicão Cavalcanti e Erick Vasconcelos. Foram 50 minutos de emoção. O ritmo foi muito bom e a galera está, a cada dia, mais empolgada com a boa sequência de treinos. Foram quase duas voltas completas da Beira-Mar, perfazendo 11km bem corridos.

Acho que cheguei no ponto que estava quando, ano passado, a lesão nos fibulares do pé direito atacou-me. Voltei do Ironman querendo muito intensificar os treinos de corrida, mas fui impedido pela inopinada lesão. Agora, de volta àquele ponto, sinto que é hora de por em prática aquele desejo, e torcer para que venha a se concretizar.

E vamos correr!
Run Forest, Run!
Keep tri!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

I Etapa Olímpico - Minha Prova



I Etapa Cearense de Triathlon Olímpico 2012
Saindo para a corrida

Sábado passado, 28 de abril, deu-se a I Etapa do Campeonato Cearense de Triathlon Olímpico. A prova, mais uma vez, foi realizada nas proximidades do Hotel Marina Park.

Assim como aconteceu na Meia Maratona de Fortaleza, eu, antes da prova, estava um tanto letárgico. Novamente estranhei. Não estou gostando disso! Calmo demais. Muito além do necessário. Quando soou a sirene da largada, tomei um susto. Não estava sequer esperando! Que coisa!!! Mas aproveite o susto e fui.

A natação não foi boa. Vinha sentindo melhoras nos últimos meses, mas, nesta prova, não percebi evolução. A transição entre natação e ciclismo também não foi das melhores, e perdi algum precioso tempo. Fui para o ciclismo e, NOVAMENTE, sem nenhum pelote para ajudar. Notei que, nas últimas provas, tenho nadado entre dois grupos, e isto faz com que, no ciclismo, eu pedale sozinho. Na prova de sábado, não consegui pegar o pelotão da frente, afinal, um pelotão é sempre mais veloz do que um ciclista pedalando sozinho. Entretanto, o pelote que estava atrás de mim também não teve tempo suficiente para me alcançar.

Assim, pedalei praticamente só. Para não dizer que estava só, um garoto do Núcleo de Alto Rendimento da Fetriece pedalou comigo. Ele até que revezou bem no começo, mas, após 3 voltas (de um total de 8), passou a ficar no vácuo quase que 100% do tempo. Não obstante a falta de um pelote, senti a falta de força nas subidas, principalmente quanto estava contra o vento. A falta de musculação está me matando. E assim foi o pedal. Classifico-o como mediano.

Na corrida, até que fiquei impressionado. Consegui impor um ritmo muito bom. Estava correndo como se não tivesse pedalado antes. Leve, sem sofrimento nas subidas. Show mesmo! Entretanto, como estava muito bom para ser verdade, assim que abri a terceira volta (de um total de 4), veio a dor de lado (dor desviada). Dor aguda. Lembrei-me do Ironman Brasil 2011. Mesma coisa! Diminui o ritmo, praticamente parando. A dor passou, mas perdi uma "perna" inteira da terceira volta naquele ritmo ultra lento.

Passada a dor, voltei ao ritmo de antes. E ainda consegui negativar bastante na quarta e última volta. Aproveitei a descida em frente ao IML e dei o sprint final para a chegada. Fiquei muuuuuito feliz pela minha corrida, mesmo com o contratempo da dor de lado.

Problemas a serem resolvidos:

1) iniciar a prova mais "pilhado";
2) natação - foco principal do momento;
3) ciclismo - voltar a ganhar força (trabalho muscular);
4) corrida - identificar a causa da dor de lado (já tenho minhas suspeitas).

Surpresa:

Após sair o resultado, tive a grata surpresa de ter ficado na 2ª colocação da minha categoria. Muito bom!!!

Viva o Tri!!! Keep Tri!!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Isoldinha

Para os que não tem filhos, costumo dizer que a vida muda totalmente de perspectiva após a chegada dos pequenos. O mundo muda! Nossos olhos mudam!

Mas tenho plena consciência de que não adiantar dizer isto. Para os que não tem filhos, ouvir isto soa até mesmo piegas, chato! E não os culpo. O que se sente pelos pequenos é algo tão grande, tão nobre, que conseguir mensurar e transmitir tal sentimento apenas com um conselho, ou informação, é, de fato, muita petulância. Não há como reduzir algo tão importante e valioso a um simples conselho ou informação. IMPOSSÍVEL! E é justamente por isto que nunca conseguiremos fazer alguém entender como o mundo muda com a vinda de um filho. Não dá!

Só há uma maneira de entender: tornando-se pai!

E estou aqui, novamente divagando, não porque estou prestes a ser pai de novo. Estou aqui, pensando na beleza da paternidade, em função do aniversário de minha linda menininha. Sara, a princesa, veio ao mundo há exatos 9 anos. Ela não nasceu; ela estreou! Para quem a conhece, fica fácil entender esta última frase.


Sarinha aos 6 meses
 Afeita às artes, sempre está nos surpreendendo! Hoje, pratica Jazz, Hip Hop (dança de rua), Sapateado e Ballet. Pois é! É atividade física todo santo dia. A mãe é a maior incentivadora. E a mim cabe puxar pelos estudos. Mas é inconteste a facilidade com que ela lida com as artes. Há um tempo atrás, no Festival de Artes do colégio, ficou em primeiro lugar em um número de canto, e levou o segundo lugar no número de dança. Ela, no palco, de tão à vontade, parece estar em seu quarto!

Geniosa, brincalhona, sentimental, e extremamente carinhosa! Distribui beijos e abraços voluntários e sinceros. Mas aqui vai um conselho: não a deixe com raiva! :)


Hoje, super vaidosa!

Estas poucas características da minha filhota foram aqui delineadas apenas como forma de a homenagear, parabenizando-a pelo dia de seu aniversário. Dia este em que completamos 9 anos de estrelato, de luz, de amor.

E com olhos marejados, digo: amo muito, Isoldinha!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Triathlon Olímpico - I Etapa do Cearense



No próximo dia 28 de abril, sábado, será realizada a I Etapa do Campeonato Cearense de Triathlon Olímpico. A prova acontecerá no Marina Park Hotel, assim como ocorreu com a I Etapa do Triathlon Sprint.

Os treinos, desde meados da semana passada, após a Meia Maratona de Fortaleza, estão fluindo num ritmo excelente. Os companheiros de equipe, que farão o Ironman Brasil 2012, estão muito focados, e são excelentes companhias para os treinos. Assim, treinar não tem sido problema. Muito ao invés. Tem sido sempre muito divertido!

A natação continua firme. O ciclismo, apesar das chuvas que teimam em atrapalhar, também se mantém constante. E a corrida, no momento, está voltando a ser a minha empolgação. É aquilo que tem trazido mais motivação. Hoje, por exemplo, o treino com tiros, nas cercanias do Cocó, foi um espetáculo. Eu, Chicão, Erick e Pedro Mentirinha gastamos a calçada da Av. Sebastião de Abreu. A chuva não permitiu que treinássemos nas trilhas do Parque do Cocó. Mas, como diz o ditado, quem não tem cão, caça com gato.

Quanto ao Triathlon Olímpico, lembro que não é uma distância que me deixa confortável. Entretanto, isto não se configura em motivo suficiente para não competir com afinco.

E vamos ao Olímpico!!!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

3 dias de molho + 1 dia de banho



Passada a Meia Maratona de Fortaleza, o domingo transcorreu normal, com a endorfina ainda atuando à mil em minhas veias. Foi um dia agradabalíssimo, com encontro familiar, no qual apareceu até mesmo meu irmão mais novo, que estava no Canadá (mas que não se chama Luiz, ou Luiza, - com o perdão do trocadilho infame).

Não obstante os bons momentos do domingo, a segunda amanheceu com uma surpresa ruim. Meu joelho esquerdo estava um pouco inchado, com a mobilidade um tanto comprometida e com uma certa dor. De início, não me preocupou muito, pois sabia que não havia ocorrido qualquer torsão ou trauma físico que indicasse algo sério. Fui trabalhar daquele jeito. Ao final do dia, nenhum melhora significativa. Fiquei na esperança de, ao acordar na terça-feira, o joelho estar normal. Arrumei a bike e toda a parafernalha necessária para o treino de ciclismo.

Para meu espanto, acordei algumas vezes duarante noite e senti um incômodo no joelho. Aquela porcaria estava incomodando a ponto de me acordar. Soa o alarme! Acordo, atordoado, e concluo que não há a mínima possibilidade de ir treinar. Volto a dormir, um bocado triste! No entanto, pensei, melhor cuidar logo para conseguir competir no dia 28 de abril, data em que acontecerá a I Etapa do Campeonato Cearense de Triathlon Olímpico.

Assim, a terça foi off forçado. Nem ciclismo, nem natação. Fiz três sessões de gelo durante o dia, e notava melhor impressionante.

Amanhece a quarta e mais uma triste constatação: impossível treinar! Mais um dia off. Nem corrida, nem natação. No entanto, após a segunda sessão de gelo do dia, ao meio-dia, já não sentia mais nada quando andava, nem tampouco quando forçava a perna a externder o máximo possível. Show! Pensamento imediato: AMANHÃ EU TREINO!

Parafernalha do ciclismo arrumada na noite de quarta, esperanças renovadas, fui dormir.

Acordei novinho em folha! E fui ao treino! Tínhamos duas horas de ciclismo com alguns tiros. O treino foi show, e o período de descanso forçado fez-me muito bem!

O detalhe chato do dia ficou por conta da chuva. Lá pelo meio do treino, cái aquele toró. Os pingos batiam em nosso rostos feito pregos, e a intensidade da chuva atrabalhou um pouco a dinâmica do treino. Ainda assim realizamos o treino da maneira que nos foi passado via planilha.

Resumo destes últimos 4 dias: 3 dias de molho e 1 dia de banho.

Alma lavada!

E vamos firmes rumo ao Triathlon Olímpico!!!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Serviu sim, senhor!



Fenótipo dos entrevistados de meu pai


Meu pai foi funcionário do Banco do Brasil durante 30 anos. A maior parte deste tempo ele exerceu suas atividades como fiscal de empréstimos rurais. Ou seja, alguém tomava um empréstimo para realizar benfeitorias em sua propriedade rural, e o Banco do Brasil, posteriormente, fiscalizava para verificar se o tomador do empréstimo empregou realmente o dinheiro na finalidade especificada.

Na fase inicial do empréstimo, há sempre o famigerado cadastro do tomador. Assim, meu pai também atendeu diversos clientes, agricultores, realizando a entrevista para preencher o cadastro. Ai já viu, né? Gente do interior, agricultores, nas décadas de 70 e 80, com um déficit imenso de educação. Impossível não aparecer algumas pérolas.

Certa vez, fazendo a entrevista para preenchimento do cadastro, perguntou ao agricultor:

- O senhor é casado?

E o pobre homem respondeu:

- Sou sim, senhor!

Meu pai continuou, de acordo com o formulário de cadastro:

- Qual o regime do casamento? (referindo-se ao regime de comunhão ou separação, óbvio!)

O homem franziu a testa, remexeu-se na cadeira, mostrou-se incomodando, e perguntou:

- Precisa mesmo disso aí, doutor?

E meu pai:

- Precisa sim!

E ele respondeu:

- Umas duas por semana!

kkkkkkkkk.... Apesar da situação, meu pai contornou o problema.

Após o episódio, meu pai concluiu que deveria mudar a abordagem a esse tipo de cliente. E, ao atender um outro, e chegando à mesma fase da entrevista, perguntou:

- O senhor é casado?

Resposta:

- Sou sim, senhor!

Meu pai continua:

- Civil?

E o entrevistado, numa empolgação contagiante, num rompante de felicidade, respondeu:

- SERVIU SIM, SENHOR!

kkkkkkkkk...

Que situações, hein? Fruto da falta de cultura e educação de nosso país.

Mas contei estes episódios apenas para dizer que ontem, 16 de abril de 2012, foi meu aniversário de casamento civil. E diante de tal data, e do significado da mesma, sirvo-me das palavras do entrevistado de meu pai para dizer:

SERVIU SIM, SENHOR!


segunda-feira, 16 de abril de 2012

MMF - Minha Prova


Foto emblemática
Aos 17km, o sofrimento estampado na face

Como já havia comentado, aqui no blog, tenho uma relação especial com a Meia Maratona de Fortaleza. O histórico de minhas participações serve para demonstrar toda a minha evolução na corrida, especialmente nesta distância de 21km, a qual tanto aprecio.

Entretanto, para a prova deste 2012, eu estava consciente da dificuldade que seria alcançar meu tempo do ano passado. Porém, nem por isto deixei de me esforçar e buscar aquela marca tão significativa para mim.

Já que estou comparando com o ano passado, impossível não comparar também a preparação. Três pontos relavantes foram, no meu entendimento, os responsáveis pela diferença entre a performance alcançada no ano passado e neste ano de 2012. São eles:

1 - Volume. Ano passado, estava eu em meio ao treinamento para o Ironman. Os treinos estavam em sua fase mais intensa, e eu estava completamente comprometido com eles. Assim, a distância de 21km, por si só, não seria qualquer obstáculo. Neste ano, não farei o Ironman Brasil, e o caminho trilhado pelas planilhas, obviamente, é diferente do seguido no ano passado.

2 - Preparo muscular. À época, estava com reforço muscular feito através de treinamento funcional. O trabalho foi muito bem realizado pelo Professor Rossman da Personal Care. Eu estava com muuuuuita força nas pernas. Subidas não eram problemas; eram soluções. Neste ano, não tive tempo para qualquer reforço muscular. Aliás, ficar sem este reforço é totalmente desaconselhável para triatletas e corredores.

3 - Peso. Ano passado, até mesmo por força dos volumes do treinos para o Ironaman, estava com um percentual de gordura baixo. Menos peso, menos esforço para "arrastar" o corpo. A relação do peso é tudo na prática da corrida. Neste ano, apesar de ter chegado à prova com peso razoável, estava ainda uns 2 a 3kg acima do peso do ano passado.

Mas vamos à prova.

Apesar da previsão de chuva, não tinha a menor expectativa quanto a isto. O histórico da Meia Maratona de Fortaleza não nos permite sonhar assim tão alto. A chuva caiu na madrugada. Tal fato só anunciava que o calor viria para rachar nossas cabeças. Esta sim era uma previsão bastante plausível. E, como vocês verão mais adiante, ela veio a se tornar realidade.

No momentos que antecederam a prova, eu estava numa letargia incomum. Não estava "pilhado", e preocupei-me um pouco. Fui aquecer no gramado do Marina Park, e corri uns 200m, apenas para lembrar aos músculos que eles trabalhariam bastantes nas horas seguintes.

Fui para a largada e para o aperto daquele cercado repleto de corredores ansiosos e barulhentos. Quando o locutor falou que faltava muito pouco, o batimento, naturalmente, subiu. Cérebro avisando ao resto do corpo que chegava a hora de começar a festa. Dispara o canhão (largada)! Dispara o coração e a vontade das pernas de se mexeram. Até ultrapassar o pórtico, era impossível correr, e todo mundo fica num passinho curto que nem é corrida, nem andar. Quando o mínimo de espaço é encontrado, corro! Os primeiros 500m é para por em prática a arte de ultrapassar sem cair, nem derrubar. É passar por pequenas frestas entre corpos de corredores, desejando incomodar o mínimo possível.

Ao sair do Marina Park e chegar ao asfalto da Av. Leste Oeste, alívio! Mais espaço, mais velocidade, mais gente para trás, mais caminho pela frente, mais dúvidas. As subidas do início do percurso não pesaram, pois ainda estávamos muito "inteiros" neste momento.

Tentei manter o ritmo próximo ao do ano passado, com o intuito de chegar à metade da corrida um pouco acima do tempo de 2011, para, empós, sonhar em negativar um pouco na segunda parte da corrida. A tática era boa, mas sua execução era uma incógnita.

A verdade é que, nem de perto, cheguei a correr da forma confortável como corri no ano passado. Mas fui! E fui nessa toada durante toda a ida. Pequenos objetivos, escolhidos durante a prova, sendo alcançados. Sem agonia, acompanhando ritmo cardíaco, suplementação (um gel aos 7km e outro aos 14km), e pace.

No momento do primeiro gel, com um copo de água na mão e um gel na outra, ouço um barulho de plástico atritando com o asfalto. Olho para os pés e vejo que o chip descartável havia caído naquele momento. O chip ainda voava pelo asfalto, e tive que voltar uns 5m para recuperá-lo. Agora eram um copo de água, um gel e um chip na mão, e ainda a preocupação de ter que recuprar o ritmo. Este episódio foi f....! Psicologicamente desgastante.

Tomado o gel, bebida a água, verifiquei que o chip havia quebrado bem no engate, não havendo como recolocá-lo. Restava levà-lo à mão mesmo. E foi assim até o final da corrida. Entretanto, minha maior preocupação foi em retomar o ritmo. Na reta que passa pelo aterro da praia de Iracema, consegui voltar ao pace desejado. E continuei.

Percorrida a Av. Beira-Mar e o trecho próximo ao Porto do Mucuripe, feito o retorno, um certo alívio de quem pensa: "agora é só voltar!". Entretanto, quem assim pensa, já demonstra um certo pesar, sofrimento, vontade demasiada em chegar.

Ainda assim consegui segurar o pace. De volta à Av. Beira-Mar, os efeitos do calor começaram a se manifestar. Os postos de hidratação pareciam se distanciar, e a surpresa de encontrar água quente em alguns deles foi desestimulante. Lembro-me bem de, ao chegar no décimo sexto quilômetro, ter pensado que só faltavam 5km. Ou seja, o pensamento já estava na chegada. Mau sinal!

Um quilômetro depois, ao passar pelo marco dos 17km, sentia meu corpo ferver. Um calor gigantesco parecia querer sair de dentro de mim. Meu rosto parecia que iria explodir e rezei para um posto de hidratação chegar logo. O posto de água localizado próximo ao Restaurante Tia Nair serviu para dois verdadeiros banhos. Dois copos de água derramados sobre minha cabeça, e apenas um simples gole de água. Alívio imediato.

Neste momento, as pernas também fraquejaram, e o pace caiu. Foi impossível mantê-lo. O corpo pareceu cobrar a conta do volume, como quem diz: "não estamos treinados para este ritmo além desta distância!". Ainda assim, consegui não baixar tanto assim a velocidade. Daí por diante, a corrida foi mantida somente com o psicológico. A vontade de andar era constante. Quem me viu neste últimos quilômetros deve ter se assustando com a quantidade de caretas. Foram 4km de muito sofrimento.

Ao descer o viaduto, dentro do último quilômetro faltante, consegui um bom pace em função da descida, e, logo em seguida, uma alma caridosa, um corredor um pouco mais velho, olhou para trás e me chamou:

- Vamos lá! Chega aqui do lado! Vamos juntos.

Respondi:

- Não aguento mais! Vai lá que irei no meu ritmo!

Ele:

- Não! Vem!

No impulso, cheguei ao lado dele e fomos até o pórtico num ritmo bem forte. Foi uma chegada diferente. Após cruzar o pórtico, nos cumprimentamos, agradeci sua insistência e ajuda, e parei por alguns segundo, pois andar estava bastante complicado. Recuperada alguma força, olhei no relógio e constatei que havia corrido 03 minutos acima do tempo do ano passado. Fiquei bastante feliz!

Tendo em vista a história da prova e meu condicionamento, foi um excelente resultado! Mas não tenho dúvidas de que estes três minutos foram perdidos nos últimos 4km. Eis a diferença!

Entretanto, eis a parte boa da vida: ANO QUE VEM TEM MAIS! Ainda vou buscar essa marca!

Aos Novatos, um recado do Max.



Max à direita, ao lado de um de seus mecânicos gringos


Max, da Kona Bikes, como se não bastasse ser um grande entendedor do ciclismo, ainda se configura como excelente escritor. E, costumeiramente, utiliza seu blog para nos dar informações preciosas.

Desta vez, ele mandou um recado aos novatos do triathlon, falando sobre verdade e mentiras que se propagam no meio do tri. E aproveitou para falar um pouco de si mesmo, elencando algumas de suas peculiares características. Vamos ao texto:

"Aos Novatos, Sobre Verdades e Mentiras

Houve um tempo em que eu achava - santa inocência - que certas coisas precisariam ser ditas ou escritas somente uma vez para serem assimiladas. Engano triplo. Primeiro porque alguns conceitos precisam ser forjados em nossa cabeça dura, e a forja requer repetição. Segundo, porque porque o verbo dito segue desgovernado e passível de manipulação, enquanto palavras escritas podem ficar escondidas entre páginas mofadas e, mais recentemente, elos perdidos. Finalmente e mais importante, porque novatos que aprendem são sempre seguidos de novos novatos que necessitam das mesmas velhas lições.

Na época da minha santa inocência, por exemplo, eu achava que axiomas como "não compre uma bicicleta sem antes fazer bike fit", ou "antes de comprar uma bicicleta de triatlon compre uma de ciclismo", e até mesmo "120 libras é pressão suficiente para o pneu clincher ou tubular em uma prova" eram tão disseminados e tão conhecidos por todos que repetí-los seria cair em banalidade.

Porém, durante o último fim de semana, na Expo do Long Distance Caiobá, me deparei com tantos Novos Novatos precisando urgentemente das Velhas Verdades que resolvi sair do meu retiro literário para voltar a bater nas mesmas teclas banais. Se o texto que se segue fosse uma carta, pois, começaria como....

Prezado Novato,

Existem questões relevantes para o seu futuro no triatlon, especificamente no componente "ciclismo" desse esporte.

A do bike fit, por exermplo. Se por um lado a situação hoje é melhor do que a dez anos atrás, quando "adequar as medidas da bike às necessidades do atleta" era sinônimo de picaretagem, me parece absurdo que ainda hajam, por um lado, atletas que investem pesado em bicicletas e acabam comprando algo totalmente fora do seu padrão morfológico,  e por outro comerciantes que ainda praticam a arte do "o melhor tamanho para o cliente é aquele que eu tenho no meu estoque". O resultado? Um atleta de 1,67cm usando uma P2 54 e se perguntando porque seu pedal rende tão pouco e dói tanto. Eu fico olhando para casos como esse e me pergunto se o problema é com os orientadores, que são poucos e falam e escrevem menos ainda, ou com os novatos, que são muitos, ouvem pouco e lêem menos ainda. Talvez seja com os dois, talvez com nenhum dos dois. Talvez seja comigo mesmo. Ou talvez com um pequeno sistema que se beneficia da ignorância alheia.

E o que dizer do maior serial mistake da história do triatlon - e um que pelo jeito não vai ter fim: atletas que tem como primeiro e único equipamento a bicicleta de triatlon. Gente, por exemplo, que começou a pedalar seis meses atrás e hoje pedala com uma bicicleta cujo sobrenome é "Tri" ou "TT", desenhada para economizar segundos de quem já pedala a tanto tempo, e com tanta intensidade, que não tem mais como pedalar melhor. Esses novatos eu considero vítimas de um sistema que fala em "a bicicleta mais rápida" ao invés de "a bicicleta que favorece quem é muito rápido".  Quem começa no triatlon ou qualquer outro esporte não deveria estar preocupado em ser mais rápido, e sim em nadar, pedalar e correr direito. Com técnica, com segurança e com eficiência.  Ignorar isso é receita para ser eternamente menos lento e não mais rápido. No que diz respeito ao ciclismo, "pedalar bem" vai acontecer de maneira muito mais segura e eficiente com uma bicicleta tradicional, cujo sobrenome é "road" ou "de estrada"- sem clip, com pouco ou nenhum hi tech e, por incrível que pareça, despida de bling bling.  E isso não impede que em paralelo seja adquirida "a outra" - para provas, treinos específicos, fotos e desfiles.  Só não vale (ou não é producente) confundir "bicicleta ideal para aprender a pedalar" com "bicicleta para quem já sabe pedalar". E no meu conceito, Tri Bikes são bicicletas para quem já sabe pedalar.

E aí, logicamente, na hora de calibrar sua única bike (tri, é claro) o neófito já vai pedindo:

- Pode por 170 aeee....".
- 120 chega - responde o mecânico,;
- Mas no pneu tá escrito 170....
- Essa é a calibragem máxima.....mas se você usá-la no nosso asfalto, especialmente em provas longas, terá problemas com vibração excessiva e desconforto muscular....
- Então ninguém usa 170?
- Ciclistas de pista, que pedalam em superfície lisinha de madeira.....
- Ok, põe 120.... - sentencia ele com ar desconfiado e que não esconde a intenção de colocar mais 50 libras por conta própria no hotel mais tarde.

Essa lista pode ir longe, mas creio que a ilustração já ficou clara. Periodicamente, com o perdão dos mais antigos, as (minhas) velhas verdades serão repetidas aqui, ainda que só para combater a teimosia do vento em levá-las para longe dos ouvidos que se beneficiariam em ouví-las, e a facilidade com que os elos importantes que as revelam acabam perdendo-se no universo virtual.

Isso sobre as verdades. Mas e as mentiras?

Essas são sempre as mesmas, ditas pela mesma pessoa e com a mesma convicção - tanta convicção que o próprio autor as considera verdade. Todas são sempre ditas durante as Expo - seja no Long Distance, no Ironman, no 70.3 ou no SESC - durante o período de maior agitação.  Fica então o aviso: se você tentar conversar com  um careca magricelo andando feito barata tonta em passo apressado, carregando em uma das mãos uma ferramenta e em outra uma peça indistinta, é provável que ele dispare uma das inverdades abaixo:

- "Um minuto, eu já volto" (aqui são duas mentiras em uma: nunca leva um minuto, e raramente ele volta para o mesmo lugar);

- "Eu já vejo isso prá você". (dez segundo depois de dizer isso ele não vai lembrar nem de você nem do que você pediu pra ele);

- "Acho que isso não tem conserto" (ele não entende nada de mecânica nem de gambiarra; quase sempre os mecânicos consertam ou remendam);

- "Isso custa uns 20 Reais" (ele não entende nada de preço, e sempre erra pra menos);

- "Claro que lembro de você" (ele não lembra nem do sobrenome dele, que dirá do seu nome);

- "Essas Expo me matam".
Essa última é uma meia verdade. Elas acabam comigo sim, mas depois me fazem renascer com um pouco mais de consideração pela fragilidade alheia - que tal um executivo de uma multi-nacional pedindo a um mecânico "cara, você tem que me ajudar!!!";   pelos meus limites (saber dizer "não" é uma arte, e aos poucos vou me graduando) e pelo eterno renovar que é a vida (novos novatos, prazer em conheçê-los)."
Fonte: Blog do Max
Sobre o quarto item mencionado pelo Max, eu mesmo fui "vítima" desta característica dele. E conto para vocês. Antes de viajar para Floripa, para o Ironman Brasil 2011, entrei em contato com o Max para fechar o serviço de montagem/desmontagem da bike. Max forneceu o preço, e eu aderi ao negócio. Chegando lá, procuro o stand da Kona Bikes e falo com Max, o qual indica um mecânico para me atender. Para me certificar, confirmo o valor, e vejo o espanto no rosto do mecânico. Este vira-se em direção ao Max e pergunta:

- Max, você fechou com ele por R$ 60,00? (* valores fictícios, pois não lembro ao certo os valores reais)

Max olhou, pensou, fez ar de que não fazia a menor ideia do que tinha falado comigo, e respondeu:

- Acho que sim! Fecha por esse valor mesmo!

O mecânico olhou para mim, e disse:

- Cara, o Max tá louco! Esse valor é de três anos atrás, no mínimo. Vou te cobrar R$ 90,00, tá? Mas o preço normal é R$ 120,00!

Acabei aceitando a argumentação dele, por ver que o coitado estava, na verdade, lutando para que os serviços não ficassem com preços tão irreais.

Por força deste episódio, o Max não ganhou minha antipatia. Muito ao invés. Ganhou um cliente. Pois ficou patente que ele realiza seu trabalho preocupado na qualidade do serviço e da informação, e não apenas na lucratividade.

Isto lembrou-me quando comprei minha primeira bike. Uma bike de estrada, e não uma de triathlon, assim como manda o figurino. À época, tinha um grande amigo morando na Itália, e que já estava envolvido com o ciclismo. Ele, como grande amigo que é, prontificou-se a comprar uma bike para mim, e trazê-la ao Brasil. Foi à loja, e foi informado pelo vendedor, um ciclista italiano antigo e de reconhecido nome na região, das medidas necessárias. Altura, cavalo, etc. Mandei-as, e sugeri o tamanho, a saber, 54.

Meu amigo entrou em contato depois, dizendo que o vendedor, ao ver as medidas, não concordou que a bike fosse 54. Disse que não venderia, pois, segundo as medidas, a bike correta seria uma de tamanho 56. Fiquei impressionado! E perguntei a mim mesmo se algum vendedor aqui do Brasil teria o mesmo comportamento. Até que, um dia, achei o Max. 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A esquecida natação!



Sou triatleta. Isto é fato! Porém, é notório que os assuntos abordados aqui neste blog são, quase que totalmente, relativos à corrida e ao ciclismo. A coitada da natação acaba sempre em segundo plano. Muito falo sobre corrida e ciclismo. Os treinos de ciclismo são emocionantes; já os de corrida são instigantes. Mas e a natação?

Confesso que isto pode ser uma característica minha. Ou seja, minha valoração à natação não ser a adequada para quem pratica o triathlon.

Sou egresso da corrida, e, portanto, um apaixonado pela modalidade. O ciclismo, por sua vez, é bem difícil no começo. Nos treinos iniciais, via todos indo embora, e eu, esbaforido, perguntava-me:

- Como pode? Estou aqui quase infartando, e esses caras indo adiante, deixando-me longe, e ainda aparentam nem estar fazendo força!

Apesar deste início, o ciclismo vai te cativando, mostrando a emoção da velocidade. Aos poucos o condicionamento vai sendo alcançado e a emoção só cresce. Assim, ainda que um pouco mais lento que a corrida, o ciclismo também vira uma paixão.

E a natação?.... E A NATAÇÃO?....Hummm...

A natação se dá em ambiente que o corpo humano não está assim tão adpatado. O início é muito mais árduo do que o do ciclismo, e não tem a emoção da velocidade para te cativar e fazer insistir. Ou seja, as dificuldades se apresentam bem mais do que o prazer. Para quem nunca nadou quando criança (falo de treinos, escolinha), a coisa se torna ainda mais complicada. Os primeiros dias são um martírio. A respiração, a posição, a mecânica, etc., tudo parece ser demais. São muitos pequenos detalhes a serem combinados de uma vez só. O desestímulo parece ser uma sombra constante!

No meu caso particular, ainda tive muitos problemas de câimbras no início. Sempre que saía da água, mais especificamente, quando meu corpo voltava a ficar na posição vertical, minhas panturrilhas entravam numa contração insana. Fortes câimbras! Esta característica fez-me sofrer muito numa prova de Triathlon Sprint, em fevereiro do ano passado (2011). No entanto, a insistência, ou seja, treinos e mais treinos, fizeram com que estas câimbras ficassem no passado. Ainda assim, os treinos de natação continuavam sendo muito mais uma obrigação do que uma diversão, um hobby.

É óbvio que não posso falar por todos. Aqui, comento apenas a minha experiência pessoal. Como diria Chicó: Não sei, só sei que foi assim!

Entretanto, quando da visita de Reinaldo Colucci (muito comentada aqui no blog), tive a chance de o ver treinando natação, bem como recebi inúmeras dicas. Enquanto Colucci nadava, seu treinador explicava muita coisa, dando informações interessantíssimas. Ainda tive a oportunidade de ver Kal Aragão nadar lado a lado a Colucci. Foi realmente interessante vê-los. Os estilos completamente diferentes. Reinaldo compensa uma técnica menos apurada com muita força, e, principalmente, com pernadas fortíssimas. Aquilo chamou-me a atenção.

Desde então, a natação tem deixado, paulatinamente, de ser uma obrigação. Pus em prática algumas das dicas e senti meu corpo bem mais alinhado à superfície da água, diminuindo o arrasto do famoso nado de pescador de lagoa. Estou saindo da piscina com o sentimento de dever cumprido, mas, principalmente, estou FICANDO na piscina com vontade de realizar o treino.

Este texto, por exemplo, é fruto de uma sensação muito boa sentida durante o treino de ontem, quinta-feira, dia 12 de abril, o qual tive o prazer de fazer a série principal com Carvalhinho. Foi show!

A verdade é que ainda estou muuuuuito aquém de ser um bom nadador, e sempre tenho que, ao sair da água, "correr atrás do prejuízo" nas provas de triathlon. Entretanto, o prejuízo, a cada dia que passa, está menor.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Drauzio Varella corre.... e muito!!!


Foto: Renato Pizzuto

Recebi e-mail do amigo Rodrigo Cantal, a quem ora agradeço, indicando a leitura da coluna EU CORRO, da revista Runners World Brasil.

Fiquei tão impressionado que decidi compartilhar o texto. Eis:

Eu Corro

Drauzio Varella
68 anos
médico

 Por Julia Zanolli

"Quando eu estava prestes a completar 50 anos, um amigo me disse que naquela idade começava a decadência. Então resolvi fazer alguma coisa legal para comemorar a data e tive a ideia de fazer uma maratona. Já comecei a correr pensando nos 42 km.

Pouco tempo depois, outro amigo me passou um programa de treinos e fui seguindo como podia. No fim daquele ano, corri a Maratona de Nova York em 4h01. Isso foi em 1993, e desde então já participei dessa prova mais umas sete ou oito vezes. Também já corri em Chicago, Berlim e Joinville — meu melhor tempo é de 3h38, em 1994, em Nova York.

A maratona é minha distância preferida. Ninguém corre 42 km sem estar preparado, todo mundo ali sabe o que está fazendo, então existe muito mais respeito. Já participei de alguns revezamentos e provas menores, mas não gostei. Também fiz a São Silvestre e detestei, achei uma bagunça.

Treino duas vezes por semana no Parque do Ibirapuera e nos fins de semana procuro correr no Minhocão ou no centro da cidade. Aí vario os trajetos: passeio pela praça da Sé, largo de São Bento, Mercado Municipal. Cada treino varia entre 15 e 25 km, depende de quanto tempo tenho.

Também subo os 16 andares do meu prédio duas vezes por semana. Vou pelas escadas e desço pelo elevador, onde aproveito para ir me alongando. Repito isso entre oito e dez vezes. É puxado, mas me dá um fôlego danado e com certeza me ajuda a correr melhor.

Se as pessoas fizessem mais exercício, ficar parado seria menos penoso para o corpo. Quando você é sedentário, você se levanta e logo tem que se sentar de novo — e aquilo não te descansa. Quando você corre bastante e senta, é uma sensação muito boa.

Sempre levo meu tênis quando vou viajar. Tem coisa mais gostosa do em um dia de congresso você se levantar cedinho para treinar? Corro 2 horas e depois passo o resto dia sentado, sem culpa, ouvindo as pessoas falarem sobre os assuntos de que eu mais gosto. É uma delícia.

Para mim, a corrida é um antidepressivo maravilhoso. Sou muito agitado, faço muitas coisas e a corrida também me ajuda a relaxar. É o momento em que fico em contato comigo mesmo, vejo minhas limitações, e isso me deixa mais com o pé no chão. Por isso não corro ouvindo música e prefiro treinar sozinho.

No ano passado, fiz a Maratona de Berlim em 4h12. Depois pensei que se tivesse feito 2 minutos a menos teria me qualificado para Boston. Não quero estabelecer essa meta porque tenho medo de me frustrar, mas, se este ano eu conseguir fazer uma maratona em menos de 4h10, posso comemorar os 70 anos correndo em Boston.

Não tenho nenhum cuidado especial com alimentação. Antes do treino, bebo uma água de coco ou como uma fruta. Depois tomo café com leite e como pão, azeite e tomate. Não estou convencido de que existe um benefício real nesses géis e vitaminas, aminoácidos. Durante a maratona só bebo água, não tomo nem isotônico. Como cortei açúcar da minha alimentação há 34 anos, tenho medo de ficar enjoado e passar mal.

O exercício só é bom quando ele termina. Durante, é sofrimento. Às vezes você até libera uma endorfina no meio e dá uma sensação boa, mas o prazer mesmo vem quando você acaba.

Quem faz atividade física tem um envelhecimento muito mais saudável. Tenho quase 70 e não tomo nenhum remédio, peso 3 kg a mais do que na época da faculdade. As pessoas dizem: “Você é magro, hein? Que sorte!” Não é sorte, tenho que suar a camisa todos os dias.

Eu corro porque estou convencido de que o exercício físico é contra a natureza humana. Precisamos combater essa inércia. Nenhum animal desperdiça energia, ele gasta sua força para ir atrás de comida e de sexo ou para fugir de um predador. Com essas três necessidades satisfeitas, ele deita e fica quieto. Vá a um zoológico para ver se você encontra uma onça correndo à toa. Ou um gorila se exercitando na barra. Por isso é tão difícil para a maioria das pessoas fazer atividades físicas.

Um exemplo disso são meus pacientes. A grande maioria são mulheres com câncer de mama. Muitas passam por quimioterapia, perdem o cabelo, têm enjoos, fazem cirurgia para retirar parte do seio. E enfrentam esse processo com tanta coragem que fico até emocionado. Depois disso tudo, falo para elas que, se caminharem 40 minutos por dia, cortam pela metade a chance de morrer de câncer de mama. Esse índice é maior do que o da quimio, mas menos de 1% das minhas pacientes começam a fazer exercício. Vai contra a natureza humana.

Muita gente fala que não tem tempo de fazer exercícios. Dizem que acordam muito cedo para levar os filhos à escola, que trabalham demais, que têm que cuidar da casa. Antes eu até ficava com compaixão, mas hoje eu digo: isso é problema seu. Ninguém vai resolver esse problema para você.

Você acha que eu tenho vontade de levantar cedo para correr? Não tenho, mas encaro como um trabalho. Se seu chefe disser que a empresa vai começar um projeto novo e precisa que você esteja lá às 5h30, você vai estar lá. Você vai se virar, mudar sua rotina e dar um jeito. Por que com exercício não pode ser assim?

Nós temos a tendência de jogar a responsabilidade sobre a nossa saúde nos outros. Em Deus, na cidade, na poluição, no trânsito, no estresse. Cada um de nós tem que se responsabilizar pelo próprio bem-estar e encontrar tempo para cuidar do corpo. É uma questão de prioridades.

Se você não consegue fazer exercício de jeito nenhum, pelo menos tem que ter consciência de que está vivendo errado, que não está levando em consideração a coisa mais importante que você tem, que é o seu corpo.

“Este ano pretendo correr as maratonas do Rio e de Chicago. Se fizer abaixo de 4h10, me qualifico para Boston”

Drauzio Varella é oncologista e já publicou 11 livros, entre eles Estação Carandiru"

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