Como todos vocês sabem, sou triatleta, viciado em atividade física, e, especificamente, amante da corrida. É sabido, também, que estou com uma lesão no pé direito há pouco mais de 01 (um) mês. Pois bem! Após tentativas de treinar, sentir dores, e apelar para paliativos, busquei os médicos. Não um médico tradicional, ou melhor, um ortopedista/traumatologista qualquer (comum), mas sim um que trabalhasse diretamente com o esporte. De preferência com o esporte de endurance.
Eis que começou um martírio!
Aqui em Fortaleza, conta-se nos dedos - de uma mão só - os médicos desta área (medicina do esporte). Assim, como não poderia deixar de ser, a procurar por estes profissionais é bem maior do que o normal. Além disso, tem a interminável guerra travada entre médicos e planos de saúde. Aqueles alegam a má remuneração oferecida pelos planos por seus serviços prestados. Os planos de saúde, por sua vez, tem o poder de ter o mercado (o consumidor) em suas mãos. Aos médicos, concluo, resta "baixar a cabeça" e aceitar.
Mas agora vem o grande problema da província onde vivo. Para os médicos "estrelas", a lei de mercado da oferta e da procura os favorece. A pouca existência de profissionais da área de medicina do esporte, aumenta o problema. O nicho está na mão de poucos, e o consumidor é o enorme prejudicado.
Explico. Tais médicos, mesmo atendendo através de planos de saúde dos mais diversos, cobram consultas particulares a preços de fazer cifrões aparecerem nos olhos do Tio Patinhas. O consumidor (principalmente os atletas, amadores ou não), tornou-se refém da situação. Ou espera semanas, até meses, por uma consulta através de seu plano de saúde, ou "coça os bolsos" e paga as "módicas" quantias cobradas pela consulta particular, conseguindo ser atendido no mesmo dia.
O que é de pasmar, é a coragem com que tais médicos elegem dias da semana para atender particular, e outros para atender pelos planos de saúde. Se são tão "estrelas" assim, porque não atendem somente particular? Porque não desistem dos planos? Precisam dos planos apenas quando lhes convém?
Querem apenas o melhor dos dois mundos!! E a ética que se dane!!
Pressupõe-se, por ser inerente à atividade, que um atleta seja mais saudável que a média da população, a ponto de nunca precisar ir aos médicos. O atleta paga, pois, o plano de saúde por anos sem precisar usá-lo. Entretanto, quando necessita, tem que pagar ao médico por fora, sob pena de ficar em inatividade por longo período.
Este é o problema vivido na província de Fortaleza. E, como não poderia deixar de ser (assim como em qualquer outro lugar deste mundo cada vez mais venal), o pensamento no $$$ vem antes de qualquer outro.
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