Ironman Brasil 2011

Ironman Brasil 2011

segunda-feira, 30 de abril de 2012

I Etapa Olímpico - Minha Prova



I Etapa Cearense de Triathlon Olímpico 2012
Saindo para a corrida

Sábado passado, 28 de abril, deu-se a I Etapa do Campeonato Cearense de Triathlon Olímpico. A prova, mais uma vez, foi realizada nas proximidades do Hotel Marina Park.

Assim como aconteceu na Meia Maratona de Fortaleza, eu, antes da prova, estava um tanto letárgico. Novamente estranhei. Não estou gostando disso! Calmo demais. Muito além do necessário. Quando soou a sirene da largada, tomei um susto. Não estava sequer esperando! Que coisa!!! Mas aproveite o susto e fui.

A natação não foi boa. Vinha sentindo melhoras nos últimos meses, mas, nesta prova, não percebi evolução. A transição entre natação e ciclismo também não foi das melhores, e perdi algum precioso tempo. Fui para o ciclismo e, NOVAMENTE, sem nenhum pelote para ajudar. Notei que, nas últimas provas, tenho nadado entre dois grupos, e isto faz com que, no ciclismo, eu pedale sozinho. Na prova de sábado, não consegui pegar o pelotão da frente, afinal, um pelotão é sempre mais veloz do que um ciclista pedalando sozinho. Entretanto, o pelote que estava atrás de mim também não teve tempo suficiente para me alcançar.

Assim, pedalei praticamente só. Para não dizer que estava só, um garoto do Núcleo de Alto Rendimento da Fetriece pedalou comigo. Ele até que revezou bem no começo, mas, após 3 voltas (de um total de 8), passou a ficar no vácuo quase que 100% do tempo. Não obstante a falta de um pelote, senti a falta de força nas subidas, principalmente quanto estava contra o vento. A falta de musculação está me matando. E assim foi o pedal. Classifico-o como mediano.

Na corrida, até que fiquei impressionado. Consegui impor um ritmo muito bom. Estava correndo como se não tivesse pedalado antes. Leve, sem sofrimento nas subidas. Show mesmo! Entretanto, como estava muito bom para ser verdade, assim que abri a terceira volta (de um total de 4), veio a dor de lado (dor desviada). Dor aguda. Lembrei-me do Ironman Brasil 2011. Mesma coisa! Diminui o ritmo, praticamente parando. A dor passou, mas perdi uma "perna" inteira da terceira volta naquele ritmo ultra lento.

Passada a dor, voltei ao ritmo de antes. E ainda consegui negativar bastante na quarta e última volta. Aproveitei a descida em frente ao IML e dei o sprint final para a chegada. Fiquei muuuuuito feliz pela minha corrida, mesmo com o contratempo da dor de lado.

Problemas a serem resolvidos:

1) iniciar a prova mais "pilhado";
2) natação - foco principal do momento;
3) ciclismo - voltar a ganhar força (trabalho muscular);
4) corrida - identificar a causa da dor de lado (já tenho minhas suspeitas).

Surpresa:

Após sair o resultado, tive a grata surpresa de ter ficado na 2ª colocação da minha categoria. Muito bom!!!

Viva o Tri!!! Keep Tri!!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Isoldinha

Para os que não tem filhos, costumo dizer que a vida muda totalmente de perspectiva após a chegada dos pequenos. O mundo muda! Nossos olhos mudam!

Mas tenho plena consciência de que não adiantar dizer isto. Para os que não tem filhos, ouvir isto soa até mesmo piegas, chato! E não os culpo. O que se sente pelos pequenos é algo tão grande, tão nobre, que conseguir mensurar e transmitir tal sentimento apenas com um conselho, ou informação, é, de fato, muita petulância. Não há como reduzir algo tão importante e valioso a um simples conselho ou informação. IMPOSSÍVEL! E é justamente por isto que nunca conseguiremos fazer alguém entender como o mundo muda com a vinda de um filho. Não dá!

Só há uma maneira de entender: tornando-se pai!

E estou aqui, novamente divagando, não porque estou prestes a ser pai de novo. Estou aqui, pensando na beleza da paternidade, em função do aniversário de minha linda menininha. Sara, a princesa, veio ao mundo há exatos 9 anos. Ela não nasceu; ela estreou! Para quem a conhece, fica fácil entender esta última frase.


Sarinha aos 6 meses
 Afeita às artes, sempre está nos surpreendendo! Hoje, pratica Jazz, Hip Hop (dança de rua), Sapateado e Ballet. Pois é! É atividade física todo santo dia. A mãe é a maior incentivadora. E a mim cabe puxar pelos estudos. Mas é inconteste a facilidade com que ela lida com as artes. Há um tempo atrás, no Festival de Artes do colégio, ficou em primeiro lugar em um número de canto, e levou o segundo lugar no número de dança. Ela, no palco, de tão à vontade, parece estar em seu quarto!

Geniosa, brincalhona, sentimental, e extremamente carinhosa! Distribui beijos e abraços voluntários e sinceros. Mas aqui vai um conselho: não a deixe com raiva! :)


Hoje, super vaidosa!

Estas poucas características da minha filhota foram aqui delineadas apenas como forma de a homenagear, parabenizando-a pelo dia de seu aniversário. Dia este em que completamos 9 anos de estrelato, de luz, de amor.

E com olhos marejados, digo: amo muito, Isoldinha!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Triathlon Olímpico - I Etapa do Cearense



No próximo dia 28 de abril, sábado, será realizada a I Etapa do Campeonato Cearense de Triathlon Olímpico. A prova acontecerá no Marina Park Hotel, assim como ocorreu com a I Etapa do Triathlon Sprint.

Os treinos, desde meados da semana passada, após a Meia Maratona de Fortaleza, estão fluindo num ritmo excelente. Os companheiros de equipe, que farão o Ironman Brasil 2012, estão muito focados, e são excelentes companhias para os treinos. Assim, treinar não tem sido problema. Muito ao invés. Tem sido sempre muito divertido!

A natação continua firme. O ciclismo, apesar das chuvas que teimam em atrapalhar, também se mantém constante. E a corrida, no momento, está voltando a ser a minha empolgação. É aquilo que tem trazido mais motivação. Hoje, por exemplo, o treino com tiros, nas cercanias do Cocó, foi um espetáculo. Eu, Chicão, Erick e Pedro Mentirinha gastamos a calçada da Av. Sebastião de Abreu. A chuva não permitiu que treinássemos nas trilhas do Parque do Cocó. Mas, como diz o ditado, quem não tem cão, caça com gato.

Quanto ao Triathlon Olímpico, lembro que não é uma distância que me deixa confortável. Entretanto, isto não se configura em motivo suficiente para não competir com afinco.

E vamos ao Olímpico!!!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

3 dias de molho + 1 dia de banho



Passada a Meia Maratona de Fortaleza, o domingo transcorreu normal, com a endorfina ainda atuando à mil em minhas veias. Foi um dia agradabalíssimo, com encontro familiar, no qual apareceu até mesmo meu irmão mais novo, que estava no Canadá (mas que não se chama Luiz, ou Luiza, - com o perdão do trocadilho infame).

Não obstante os bons momentos do domingo, a segunda amanheceu com uma surpresa ruim. Meu joelho esquerdo estava um pouco inchado, com a mobilidade um tanto comprometida e com uma certa dor. De início, não me preocupou muito, pois sabia que não havia ocorrido qualquer torsão ou trauma físico que indicasse algo sério. Fui trabalhar daquele jeito. Ao final do dia, nenhum melhora significativa. Fiquei na esperança de, ao acordar na terça-feira, o joelho estar normal. Arrumei a bike e toda a parafernalha necessária para o treino de ciclismo.

Para meu espanto, acordei algumas vezes duarante noite e senti um incômodo no joelho. Aquela porcaria estava incomodando a ponto de me acordar. Soa o alarme! Acordo, atordoado, e concluo que não há a mínima possibilidade de ir treinar. Volto a dormir, um bocado triste! No entanto, pensei, melhor cuidar logo para conseguir competir no dia 28 de abril, data em que acontecerá a I Etapa do Campeonato Cearense de Triathlon Olímpico.

Assim, a terça foi off forçado. Nem ciclismo, nem natação. Fiz três sessões de gelo durante o dia, e notava melhor impressionante.

Amanhece a quarta e mais uma triste constatação: impossível treinar! Mais um dia off. Nem corrida, nem natação. No entanto, após a segunda sessão de gelo do dia, ao meio-dia, já não sentia mais nada quando andava, nem tampouco quando forçava a perna a externder o máximo possível. Show! Pensamento imediato: AMANHÃ EU TREINO!

Parafernalha do ciclismo arrumada na noite de quarta, esperanças renovadas, fui dormir.

Acordei novinho em folha! E fui ao treino! Tínhamos duas horas de ciclismo com alguns tiros. O treino foi show, e o período de descanso forçado fez-me muito bem!

O detalhe chato do dia ficou por conta da chuva. Lá pelo meio do treino, cái aquele toró. Os pingos batiam em nosso rostos feito pregos, e a intensidade da chuva atrabalhou um pouco a dinâmica do treino. Ainda assim realizamos o treino da maneira que nos foi passado via planilha.

Resumo destes últimos 4 dias: 3 dias de molho e 1 dia de banho.

Alma lavada!

E vamos firmes rumo ao Triathlon Olímpico!!!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Serviu sim, senhor!



Fenótipo dos entrevistados de meu pai


Meu pai foi funcionário do Banco do Brasil durante 30 anos. A maior parte deste tempo ele exerceu suas atividades como fiscal de empréstimos rurais. Ou seja, alguém tomava um empréstimo para realizar benfeitorias em sua propriedade rural, e o Banco do Brasil, posteriormente, fiscalizava para verificar se o tomador do empréstimo empregou realmente o dinheiro na finalidade especificada.

Na fase inicial do empréstimo, há sempre o famigerado cadastro do tomador. Assim, meu pai também atendeu diversos clientes, agricultores, realizando a entrevista para preencher o cadastro. Ai já viu, né? Gente do interior, agricultores, nas décadas de 70 e 80, com um déficit imenso de educação. Impossível não aparecer algumas pérolas.

Certa vez, fazendo a entrevista para preenchimento do cadastro, perguntou ao agricultor:

- O senhor é casado?

E o pobre homem respondeu:

- Sou sim, senhor!

Meu pai continuou, de acordo com o formulário de cadastro:

- Qual o regime do casamento? (referindo-se ao regime de comunhão ou separação, óbvio!)

O homem franziu a testa, remexeu-se na cadeira, mostrou-se incomodando, e perguntou:

- Precisa mesmo disso aí, doutor?

E meu pai:

- Precisa sim!

E ele respondeu:

- Umas duas por semana!

kkkkkkkkk.... Apesar da situação, meu pai contornou o problema.

Após o episódio, meu pai concluiu que deveria mudar a abordagem a esse tipo de cliente. E, ao atender um outro, e chegando à mesma fase da entrevista, perguntou:

- O senhor é casado?

Resposta:

- Sou sim, senhor!

Meu pai continua:

- Civil?

E o entrevistado, numa empolgação contagiante, num rompante de felicidade, respondeu:

- SERVIU SIM, SENHOR!

kkkkkkkkk...

Que situações, hein? Fruto da falta de cultura e educação de nosso país.

Mas contei estes episódios apenas para dizer que ontem, 16 de abril de 2012, foi meu aniversário de casamento civil. E diante de tal data, e do significado da mesma, sirvo-me das palavras do entrevistado de meu pai para dizer:

SERVIU SIM, SENHOR!


segunda-feira, 16 de abril de 2012

MMF - Minha Prova


Foto emblemática
Aos 17km, o sofrimento estampado na face

Como já havia comentado, aqui no blog, tenho uma relação especial com a Meia Maratona de Fortaleza. O histórico de minhas participações serve para demonstrar toda a minha evolução na corrida, especialmente nesta distância de 21km, a qual tanto aprecio.

Entretanto, para a prova deste 2012, eu estava consciente da dificuldade que seria alcançar meu tempo do ano passado. Porém, nem por isto deixei de me esforçar e buscar aquela marca tão significativa para mim.

Já que estou comparando com o ano passado, impossível não comparar também a preparação. Três pontos relavantes foram, no meu entendimento, os responsáveis pela diferença entre a performance alcançada no ano passado e neste ano de 2012. São eles:

1 - Volume. Ano passado, estava eu em meio ao treinamento para o Ironman. Os treinos estavam em sua fase mais intensa, e eu estava completamente comprometido com eles. Assim, a distância de 21km, por si só, não seria qualquer obstáculo. Neste ano, não farei o Ironman Brasil, e o caminho trilhado pelas planilhas, obviamente, é diferente do seguido no ano passado.

2 - Preparo muscular. À época, estava com reforço muscular feito através de treinamento funcional. O trabalho foi muito bem realizado pelo Professor Rossman da Personal Care. Eu estava com muuuuuita força nas pernas. Subidas não eram problemas; eram soluções. Neste ano, não tive tempo para qualquer reforço muscular. Aliás, ficar sem este reforço é totalmente desaconselhável para triatletas e corredores.

3 - Peso. Ano passado, até mesmo por força dos volumes do treinos para o Ironaman, estava com um percentual de gordura baixo. Menos peso, menos esforço para "arrastar" o corpo. A relação do peso é tudo na prática da corrida. Neste ano, apesar de ter chegado à prova com peso razoável, estava ainda uns 2 a 3kg acima do peso do ano passado.

Mas vamos à prova.

Apesar da previsão de chuva, não tinha a menor expectativa quanto a isto. O histórico da Meia Maratona de Fortaleza não nos permite sonhar assim tão alto. A chuva caiu na madrugada. Tal fato só anunciava que o calor viria para rachar nossas cabeças. Esta sim era uma previsão bastante plausível. E, como vocês verão mais adiante, ela veio a se tornar realidade.

No momentos que antecederam a prova, eu estava numa letargia incomum. Não estava "pilhado", e preocupei-me um pouco. Fui aquecer no gramado do Marina Park, e corri uns 200m, apenas para lembrar aos músculos que eles trabalhariam bastantes nas horas seguintes.

Fui para a largada e para o aperto daquele cercado repleto de corredores ansiosos e barulhentos. Quando o locutor falou que faltava muito pouco, o batimento, naturalmente, subiu. Cérebro avisando ao resto do corpo que chegava a hora de começar a festa. Dispara o canhão (largada)! Dispara o coração e a vontade das pernas de se mexeram. Até ultrapassar o pórtico, era impossível correr, e todo mundo fica num passinho curto que nem é corrida, nem andar. Quando o mínimo de espaço é encontrado, corro! Os primeiros 500m é para por em prática a arte de ultrapassar sem cair, nem derrubar. É passar por pequenas frestas entre corpos de corredores, desejando incomodar o mínimo possível.

Ao sair do Marina Park e chegar ao asfalto da Av. Leste Oeste, alívio! Mais espaço, mais velocidade, mais gente para trás, mais caminho pela frente, mais dúvidas. As subidas do início do percurso não pesaram, pois ainda estávamos muito "inteiros" neste momento.

Tentei manter o ritmo próximo ao do ano passado, com o intuito de chegar à metade da corrida um pouco acima do tempo de 2011, para, empós, sonhar em negativar um pouco na segunda parte da corrida. A tática era boa, mas sua execução era uma incógnita.

A verdade é que, nem de perto, cheguei a correr da forma confortável como corri no ano passado. Mas fui! E fui nessa toada durante toda a ida. Pequenos objetivos, escolhidos durante a prova, sendo alcançados. Sem agonia, acompanhando ritmo cardíaco, suplementação (um gel aos 7km e outro aos 14km), e pace.

No momento do primeiro gel, com um copo de água na mão e um gel na outra, ouço um barulho de plástico atritando com o asfalto. Olho para os pés e vejo que o chip descartável havia caído naquele momento. O chip ainda voava pelo asfalto, e tive que voltar uns 5m para recuperá-lo. Agora eram um copo de água, um gel e um chip na mão, e ainda a preocupação de ter que recuprar o ritmo. Este episódio foi f....! Psicologicamente desgastante.

Tomado o gel, bebida a água, verifiquei que o chip havia quebrado bem no engate, não havendo como recolocá-lo. Restava levà-lo à mão mesmo. E foi assim até o final da corrida. Entretanto, minha maior preocupação foi em retomar o ritmo. Na reta que passa pelo aterro da praia de Iracema, consegui voltar ao pace desejado. E continuei.

Percorrida a Av. Beira-Mar e o trecho próximo ao Porto do Mucuripe, feito o retorno, um certo alívio de quem pensa: "agora é só voltar!". Entretanto, quem assim pensa, já demonstra um certo pesar, sofrimento, vontade demasiada em chegar.

Ainda assim consegui segurar o pace. De volta à Av. Beira-Mar, os efeitos do calor começaram a se manifestar. Os postos de hidratação pareciam se distanciar, e a surpresa de encontrar água quente em alguns deles foi desestimulante. Lembro-me bem de, ao chegar no décimo sexto quilômetro, ter pensado que só faltavam 5km. Ou seja, o pensamento já estava na chegada. Mau sinal!

Um quilômetro depois, ao passar pelo marco dos 17km, sentia meu corpo ferver. Um calor gigantesco parecia querer sair de dentro de mim. Meu rosto parecia que iria explodir e rezei para um posto de hidratação chegar logo. O posto de água localizado próximo ao Restaurante Tia Nair serviu para dois verdadeiros banhos. Dois copos de água derramados sobre minha cabeça, e apenas um simples gole de água. Alívio imediato.

Neste momento, as pernas também fraquejaram, e o pace caiu. Foi impossível mantê-lo. O corpo pareceu cobrar a conta do volume, como quem diz: "não estamos treinados para este ritmo além desta distância!". Ainda assim, consegui não baixar tanto assim a velocidade. Daí por diante, a corrida foi mantida somente com o psicológico. A vontade de andar era constante. Quem me viu neste últimos quilômetros deve ter se assustando com a quantidade de caretas. Foram 4km de muito sofrimento.

Ao descer o viaduto, dentro do último quilômetro faltante, consegui um bom pace em função da descida, e, logo em seguida, uma alma caridosa, um corredor um pouco mais velho, olhou para trás e me chamou:

- Vamos lá! Chega aqui do lado! Vamos juntos.

Respondi:

- Não aguento mais! Vai lá que irei no meu ritmo!

Ele:

- Não! Vem!

No impulso, cheguei ao lado dele e fomos até o pórtico num ritmo bem forte. Foi uma chegada diferente. Após cruzar o pórtico, nos cumprimentamos, agradeci sua insistência e ajuda, e parei por alguns segundo, pois andar estava bastante complicado. Recuperada alguma força, olhei no relógio e constatei que havia corrido 03 minutos acima do tempo do ano passado. Fiquei bastante feliz!

Tendo em vista a história da prova e meu condicionamento, foi um excelente resultado! Mas não tenho dúvidas de que estes três minutos foram perdidos nos últimos 4km. Eis a diferença!

Entretanto, eis a parte boa da vida: ANO QUE VEM TEM MAIS! Ainda vou buscar essa marca!

Aos Novatos, um recado do Max.



Max à direita, ao lado de um de seus mecânicos gringos


Max, da Kona Bikes, como se não bastasse ser um grande entendedor do ciclismo, ainda se configura como excelente escritor. E, costumeiramente, utiliza seu blog para nos dar informações preciosas.

Desta vez, ele mandou um recado aos novatos do triathlon, falando sobre verdade e mentiras que se propagam no meio do tri. E aproveitou para falar um pouco de si mesmo, elencando algumas de suas peculiares características. Vamos ao texto:

"Aos Novatos, Sobre Verdades e Mentiras

Houve um tempo em que eu achava - santa inocência - que certas coisas precisariam ser ditas ou escritas somente uma vez para serem assimiladas. Engano triplo. Primeiro porque alguns conceitos precisam ser forjados em nossa cabeça dura, e a forja requer repetição. Segundo, porque porque o verbo dito segue desgovernado e passível de manipulação, enquanto palavras escritas podem ficar escondidas entre páginas mofadas e, mais recentemente, elos perdidos. Finalmente e mais importante, porque novatos que aprendem são sempre seguidos de novos novatos que necessitam das mesmas velhas lições.

Na época da minha santa inocência, por exemplo, eu achava que axiomas como "não compre uma bicicleta sem antes fazer bike fit", ou "antes de comprar uma bicicleta de triatlon compre uma de ciclismo", e até mesmo "120 libras é pressão suficiente para o pneu clincher ou tubular em uma prova" eram tão disseminados e tão conhecidos por todos que repetí-los seria cair em banalidade.

Porém, durante o último fim de semana, na Expo do Long Distance Caiobá, me deparei com tantos Novos Novatos precisando urgentemente das Velhas Verdades que resolvi sair do meu retiro literário para voltar a bater nas mesmas teclas banais. Se o texto que se segue fosse uma carta, pois, começaria como....

Prezado Novato,

Existem questões relevantes para o seu futuro no triatlon, especificamente no componente "ciclismo" desse esporte.

A do bike fit, por exermplo. Se por um lado a situação hoje é melhor do que a dez anos atrás, quando "adequar as medidas da bike às necessidades do atleta" era sinônimo de picaretagem, me parece absurdo que ainda hajam, por um lado, atletas que investem pesado em bicicletas e acabam comprando algo totalmente fora do seu padrão morfológico,  e por outro comerciantes que ainda praticam a arte do "o melhor tamanho para o cliente é aquele que eu tenho no meu estoque". O resultado? Um atleta de 1,67cm usando uma P2 54 e se perguntando porque seu pedal rende tão pouco e dói tanto. Eu fico olhando para casos como esse e me pergunto se o problema é com os orientadores, que são poucos e falam e escrevem menos ainda, ou com os novatos, que são muitos, ouvem pouco e lêem menos ainda. Talvez seja com os dois, talvez com nenhum dos dois. Talvez seja comigo mesmo. Ou talvez com um pequeno sistema que se beneficia da ignorância alheia.

E o que dizer do maior serial mistake da história do triatlon - e um que pelo jeito não vai ter fim: atletas que tem como primeiro e único equipamento a bicicleta de triatlon. Gente, por exemplo, que começou a pedalar seis meses atrás e hoje pedala com uma bicicleta cujo sobrenome é "Tri" ou "TT", desenhada para economizar segundos de quem já pedala a tanto tempo, e com tanta intensidade, que não tem mais como pedalar melhor. Esses novatos eu considero vítimas de um sistema que fala em "a bicicleta mais rápida" ao invés de "a bicicleta que favorece quem é muito rápido".  Quem começa no triatlon ou qualquer outro esporte não deveria estar preocupado em ser mais rápido, e sim em nadar, pedalar e correr direito. Com técnica, com segurança e com eficiência.  Ignorar isso é receita para ser eternamente menos lento e não mais rápido. No que diz respeito ao ciclismo, "pedalar bem" vai acontecer de maneira muito mais segura e eficiente com uma bicicleta tradicional, cujo sobrenome é "road" ou "de estrada"- sem clip, com pouco ou nenhum hi tech e, por incrível que pareça, despida de bling bling.  E isso não impede que em paralelo seja adquirida "a outra" - para provas, treinos específicos, fotos e desfiles.  Só não vale (ou não é producente) confundir "bicicleta ideal para aprender a pedalar" com "bicicleta para quem já sabe pedalar". E no meu conceito, Tri Bikes são bicicletas para quem já sabe pedalar.

E aí, logicamente, na hora de calibrar sua única bike (tri, é claro) o neófito já vai pedindo:

- Pode por 170 aeee....".
- 120 chega - responde o mecânico,;
- Mas no pneu tá escrito 170....
- Essa é a calibragem máxima.....mas se você usá-la no nosso asfalto, especialmente em provas longas, terá problemas com vibração excessiva e desconforto muscular....
- Então ninguém usa 170?
- Ciclistas de pista, que pedalam em superfície lisinha de madeira.....
- Ok, põe 120.... - sentencia ele com ar desconfiado e que não esconde a intenção de colocar mais 50 libras por conta própria no hotel mais tarde.

Essa lista pode ir longe, mas creio que a ilustração já ficou clara. Periodicamente, com o perdão dos mais antigos, as (minhas) velhas verdades serão repetidas aqui, ainda que só para combater a teimosia do vento em levá-las para longe dos ouvidos que se beneficiariam em ouví-las, e a facilidade com que os elos importantes que as revelam acabam perdendo-se no universo virtual.

Isso sobre as verdades. Mas e as mentiras?

Essas são sempre as mesmas, ditas pela mesma pessoa e com a mesma convicção - tanta convicção que o próprio autor as considera verdade. Todas são sempre ditas durante as Expo - seja no Long Distance, no Ironman, no 70.3 ou no SESC - durante o período de maior agitação.  Fica então o aviso: se você tentar conversar com  um careca magricelo andando feito barata tonta em passo apressado, carregando em uma das mãos uma ferramenta e em outra uma peça indistinta, é provável que ele dispare uma das inverdades abaixo:

- "Um minuto, eu já volto" (aqui são duas mentiras em uma: nunca leva um minuto, e raramente ele volta para o mesmo lugar);

- "Eu já vejo isso prá você". (dez segundo depois de dizer isso ele não vai lembrar nem de você nem do que você pediu pra ele);

- "Acho que isso não tem conserto" (ele não entende nada de mecânica nem de gambiarra; quase sempre os mecânicos consertam ou remendam);

- "Isso custa uns 20 Reais" (ele não entende nada de preço, e sempre erra pra menos);

- "Claro que lembro de você" (ele não lembra nem do sobrenome dele, que dirá do seu nome);

- "Essas Expo me matam".
Essa última é uma meia verdade. Elas acabam comigo sim, mas depois me fazem renascer com um pouco mais de consideração pela fragilidade alheia - que tal um executivo de uma multi-nacional pedindo a um mecânico "cara, você tem que me ajudar!!!";   pelos meus limites (saber dizer "não" é uma arte, e aos poucos vou me graduando) e pelo eterno renovar que é a vida (novos novatos, prazer em conheçê-los)."
Fonte: Blog do Max
Sobre o quarto item mencionado pelo Max, eu mesmo fui "vítima" desta característica dele. E conto para vocês. Antes de viajar para Floripa, para o Ironman Brasil 2011, entrei em contato com o Max para fechar o serviço de montagem/desmontagem da bike. Max forneceu o preço, e eu aderi ao negócio. Chegando lá, procuro o stand da Kona Bikes e falo com Max, o qual indica um mecânico para me atender. Para me certificar, confirmo o valor, e vejo o espanto no rosto do mecânico. Este vira-se em direção ao Max e pergunta:

- Max, você fechou com ele por R$ 60,00? (* valores fictícios, pois não lembro ao certo os valores reais)

Max olhou, pensou, fez ar de que não fazia a menor ideia do que tinha falado comigo, e respondeu:

- Acho que sim! Fecha por esse valor mesmo!

O mecânico olhou para mim, e disse:

- Cara, o Max tá louco! Esse valor é de três anos atrás, no mínimo. Vou te cobrar R$ 90,00, tá? Mas o preço normal é R$ 120,00!

Acabei aceitando a argumentação dele, por ver que o coitado estava, na verdade, lutando para que os serviços não ficassem com preços tão irreais.

Por força deste episódio, o Max não ganhou minha antipatia. Muito ao invés. Ganhou um cliente. Pois ficou patente que ele realiza seu trabalho preocupado na qualidade do serviço e da informação, e não apenas na lucratividade.

Isto lembrou-me quando comprei minha primeira bike. Uma bike de estrada, e não uma de triathlon, assim como manda o figurino. À época, tinha um grande amigo morando na Itália, e que já estava envolvido com o ciclismo. Ele, como grande amigo que é, prontificou-se a comprar uma bike para mim, e trazê-la ao Brasil. Foi à loja, e foi informado pelo vendedor, um ciclista italiano antigo e de reconhecido nome na região, das medidas necessárias. Altura, cavalo, etc. Mandei-as, e sugeri o tamanho, a saber, 54.

Meu amigo entrou em contato depois, dizendo que o vendedor, ao ver as medidas, não concordou que a bike fosse 54. Disse que não venderia, pois, segundo as medidas, a bike correta seria uma de tamanho 56. Fiquei impressionado! E perguntei a mim mesmo se algum vendedor aqui do Brasil teria o mesmo comportamento. Até que, um dia, achei o Max. 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A esquecida natação!



Sou triatleta. Isto é fato! Porém, é notório que os assuntos abordados aqui neste blog são, quase que totalmente, relativos à corrida e ao ciclismo. A coitada da natação acaba sempre em segundo plano. Muito falo sobre corrida e ciclismo. Os treinos de ciclismo são emocionantes; já os de corrida são instigantes. Mas e a natação?

Confesso que isto pode ser uma característica minha. Ou seja, minha valoração à natação não ser a adequada para quem pratica o triathlon.

Sou egresso da corrida, e, portanto, um apaixonado pela modalidade. O ciclismo, por sua vez, é bem difícil no começo. Nos treinos iniciais, via todos indo embora, e eu, esbaforido, perguntava-me:

- Como pode? Estou aqui quase infartando, e esses caras indo adiante, deixando-me longe, e ainda aparentam nem estar fazendo força!

Apesar deste início, o ciclismo vai te cativando, mostrando a emoção da velocidade. Aos poucos o condicionamento vai sendo alcançado e a emoção só cresce. Assim, ainda que um pouco mais lento que a corrida, o ciclismo também vira uma paixão.

E a natação?.... E A NATAÇÃO?....Hummm...

A natação se dá em ambiente que o corpo humano não está assim tão adpatado. O início é muito mais árduo do que o do ciclismo, e não tem a emoção da velocidade para te cativar e fazer insistir. Ou seja, as dificuldades se apresentam bem mais do que o prazer. Para quem nunca nadou quando criança (falo de treinos, escolinha), a coisa se torna ainda mais complicada. Os primeiros dias são um martírio. A respiração, a posição, a mecânica, etc., tudo parece ser demais. São muitos pequenos detalhes a serem combinados de uma vez só. O desestímulo parece ser uma sombra constante!

No meu caso particular, ainda tive muitos problemas de câimbras no início. Sempre que saía da água, mais especificamente, quando meu corpo voltava a ficar na posição vertical, minhas panturrilhas entravam numa contração insana. Fortes câimbras! Esta característica fez-me sofrer muito numa prova de Triathlon Sprint, em fevereiro do ano passado (2011). No entanto, a insistência, ou seja, treinos e mais treinos, fizeram com que estas câimbras ficassem no passado. Ainda assim, os treinos de natação continuavam sendo muito mais uma obrigação do que uma diversão, um hobby.

É óbvio que não posso falar por todos. Aqui, comento apenas a minha experiência pessoal. Como diria Chicó: Não sei, só sei que foi assim!

Entretanto, quando da visita de Reinaldo Colucci (muito comentada aqui no blog), tive a chance de o ver treinando natação, bem como recebi inúmeras dicas. Enquanto Colucci nadava, seu treinador explicava muita coisa, dando informações interessantíssimas. Ainda tive a oportunidade de ver Kal Aragão nadar lado a lado a Colucci. Foi realmente interessante vê-los. Os estilos completamente diferentes. Reinaldo compensa uma técnica menos apurada com muita força, e, principalmente, com pernadas fortíssimas. Aquilo chamou-me a atenção.

Desde então, a natação tem deixado, paulatinamente, de ser uma obrigação. Pus em prática algumas das dicas e senti meu corpo bem mais alinhado à superfície da água, diminuindo o arrasto do famoso nado de pescador de lagoa. Estou saindo da piscina com o sentimento de dever cumprido, mas, principalmente, estou FICANDO na piscina com vontade de realizar o treino.

Este texto, por exemplo, é fruto de uma sensação muito boa sentida durante o treino de ontem, quinta-feira, dia 12 de abril, o qual tive o prazer de fazer a série principal com Carvalhinho. Foi show!

A verdade é que ainda estou muuuuuito aquém de ser um bom nadador, e sempre tenho que, ao sair da água, "correr atrás do prejuízo" nas provas de triathlon. Entretanto, o prejuízo, a cada dia que passa, está menor.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Drauzio Varella corre.... e muito!!!


Foto: Renato Pizzuto

Recebi e-mail do amigo Rodrigo Cantal, a quem ora agradeço, indicando a leitura da coluna EU CORRO, da revista Runners World Brasil.

Fiquei tão impressionado que decidi compartilhar o texto. Eis:

Eu Corro

Drauzio Varella
68 anos
médico

 Por Julia Zanolli

"Quando eu estava prestes a completar 50 anos, um amigo me disse que naquela idade começava a decadência. Então resolvi fazer alguma coisa legal para comemorar a data e tive a ideia de fazer uma maratona. Já comecei a correr pensando nos 42 km.

Pouco tempo depois, outro amigo me passou um programa de treinos e fui seguindo como podia. No fim daquele ano, corri a Maratona de Nova York em 4h01. Isso foi em 1993, e desde então já participei dessa prova mais umas sete ou oito vezes. Também já corri em Chicago, Berlim e Joinville — meu melhor tempo é de 3h38, em 1994, em Nova York.

A maratona é minha distância preferida. Ninguém corre 42 km sem estar preparado, todo mundo ali sabe o que está fazendo, então existe muito mais respeito. Já participei de alguns revezamentos e provas menores, mas não gostei. Também fiz a São Silvestre e detestei, achei uma bagunça.

Treino duas vezes por semana no Parque do Ibirapuera e nos fins de semana procuro correr no Minhocão ou no centro da cidade. Aí vario os trajetos: passeio pela praça da Sé, largo de São Bento, Mercado Municipal. Cada treino varia entre 15 e 25 km, depende de quanto tempo tenho.

Também subo os 16 andares do meu prédio duas vezes por semana. Vou pelas escadas e desço pelo elevador, onde aproveito para ir me alongando. Repito isso entre oito e dez vezes. É puxado, mas me dá um fôlego danado e com certeza me ajuda a correr melhor.

Se as pessoas fizessem mais exercício, ficar parado seria menos penoso para o corpo. Quando você é sedentário, você se levanta e logo tem que se sentar de novo — e aquilo não te descansa. Quando você corre bastante e senta, é uma sensação muito boa.

Sempre levo meu tênis quando vou viajar. Tem coisa mais gostosa do em um dia de congresso você se levantar cedinho para treinar? Corro 2 horas e depois passo o resto dia sentado, sem culpa, ouvindo as pessoas falarem sobre os assuntos de que eu mais gosto. É uma delícia.

Para mim, a corrida é um antidepressivo maravilhoso. Sou muito agitado, faço muitas coisas e a corrida também me ajuda a relaxar. É o momento em que fico em contato comigo mesmo, vejo minhas limitações, e isso me deixa mais com o pé no chão. Por isso não corro ouvindo música e prefiro treinar sozinho.

No ano passado, fiz a Maratona de Berlim em 4h12. Depois pensei que se tivesse feito 2 minutos a menos teria me qualificado para Boston. Não quero estabelecer essa meta porque tenho medo de me frustrar, mas, se este ano eu conseguir fazer uma maratona em menos de 4h10, posso comemorar os 70 anos correndo em Boston.

Não tenho nenhum cuidado especial com alimentação. Antes do treino, bebo uma água de coco ou como uma fruta. Depois tomo café com leite e como pão, azeite e tomate. Não estou convencido de que existe um benefício real nesses géis e vitaminas, aminoácidos. Durante a maratona só bebo água, não tomo nem isotônico. Como cortei açúcar da minha alimentação há 34 anos, tenho medo de ficar enjoado e passar mal.

O exercício só é bom quando ele termina. Durante, é sofrimento. Às vezes você até libera uma endorfina no meio e dá uma sensação boa, mas o prazer mesmo vem quando você acaba.

Quem faz atividade física tem um envelhecimento muito mais saudável. Tenho quase 70 e não tomo nenhum remédio, peso 3 kg a mais do que na época da faculdade. As pessoas dizem: “Você é magro, hein? Que sorte!” Não é sorte, tenho que suar a camisa todos os dias.

Eu corro porque estou convencido de que o exercício físico é contra a natureza humana. Precisamos combater essa inércia. Nenhum animal desperdiça energia, ele gasta sua força para ir atrás de comida e de sexo ou para fugir de um predador. Com essas três necessidades satisfeitas, ele deita e fica quieto. Vá a um zoológico para ver se você encontra uma onça correndo à toa. Ou um gorila se exercitando na barra. Por isso é tão difícil para a maioria das pessoas fazer atividades físicas.

Um exemplo disso são meus pacientes. A grande maioria são mulheres com câncer de mama. Muitas passam por quimioterapia, perdem o cabelo, têm enjoos, fazem cirurgia para retirar parte do seio. E enfrentam esse processo com tanta coragem que fico até emocionado. Depois disso tudo, falo para elas que, se caminharem 40 minutos por dia, cortam pela metade a chance de morrer de câncer de mama. Esse índice é maior do que o da quimio, mas menos de 1% das minhas pacientes começam a fazer exercício. Vai contra a natureza humana.

Muita gente fala que não tem tempo de fazer exercícios. Dizem que acordam muito cedo para levar os filhos à escola, que trabalham demais, que têm que cuidar da casa. Antes eu até ficava com compaixão, mas hoje eu digo: isso é problema seu. Ninguém vai resolver esse problema para você.

Você acha que eu tenho vontade de levantar cedo para correr? Não tenho, mas encaro como um trabalho. Se seu chefe disser que a empresa vai começar um projeto novo e precisa que você esteja lá às 5h30, você vai estar lá. Você vai se virar, mudar sua rotina e dar um jeito. Por que com exercício não pode ser assim?

Nós temos a tendência de jogar a responsabilidade sobre a nossa saúde nos outros. Em Deus, na cidade, na poluição, no trânsito, no estresse. Cada um de nós tem que se responsabilizar pelo próprio bem-estar e encontrar tempo para cuidar do corpo. É uma questão de prioridades.

Se você não consegue fazer exercício de jeito nenhum, pelo menos tem que ter consciência de que está vivendo errado, que não está levando em consideração a coisa mais importante que você tem, que é o seu corpo.

“Este ano pretendo correr as maratonas do Rio e de Chicago. Se fizer abaixo de 4h10, me qualifico para Boston”

Drauzio Varella é oncologista e já publicou 11 livros, entre eles Estação Carandiru"

O texto original pode ser encontrado neste link: clique aqui! 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

MMF



E estamos na semana da Meia Maratona de Fortaleza. Esta prova de corrida é o maior evento da modalidade, ao lado da Maratona de Revezamento do Pão de Açúcar, realizado no Ceará.

Sempre em Abril, mês em que se comemora o aniversário de Fortaleza, esta meia maratona consolida-se cada vez mais no cenário - por que não dizer - nacional. Hoje, possui um percurso quase completamente plano. Poucas subidas no ínicio da prova (Av. Leste Oeste) e, já na volta, uma pequena - mas íngrime - subida ao lado da 10ª Região Militar.

Para vencer tais subidas, indico concentrar-se no visual. A beira-mar da Av. Leste Oeste é linda, ainda que a ocupação da área tenha ocorrido de forma totalmente desordenada. Aproveite o início da prova, pois o sol sempre foi um dos astros principais da Meia Maratona de Fortaleza, e promete fazer-se presente, pesando sobre nossos ombros.

Outra dica para amenizar os pesares de uma corrida quente é divertir-se. Preste atenção nos demais corredores. São inúmeras histórias correndo ao seu lado. Interagir é reconfortante, e ajuda a ocupar mente, dissipando um possível sofrimento. Um elogio ou encorajamento recebido é um verdadeiro empurrão em nossas costas. Assim, não negue um estímulo. Faça-o! Pois você pode estar ajudando alguém a concluir a prova, ou mesmo, a superar um desafio pessoal.

E vamos à prova! Domingo, nos veremos por lá!

Vejam os percursos abaixo:





Por fim, importante dizer que, entre erros e acertos ao longo das nove ediçoes anteriores, a organização vem melhorando, ou que, pelo menos, zela por realizar um grande evento.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sofrimento



O sofrimento é condição inerente à existência humana. Não se passa por este plano terreno sem que se experimente o sofrimento. Inclusive, o ato de nascer já é mediante sofrimento.

E, ao que me parece, o sofrimento tem relação direta com o conhecimento. Quanto maior for o sofrimento experimentado nesta vida, tanto maior será o conhecimento adquirido. Ou seja, nada vem fácil. Tudo tem seu preço. E isto é aplicável em qualquer seara da vida, seja no amor, na profissão, nos estudos, no esporte, etc. Parece ser uma máxima que rege o universo.

Quanto mais acomodado você for, menos experiências terá; consequentemente, menos conhecimento adquirido.

Ai eu pergunto: tem mesmo que ser assim?

Meu pai, homem sempre repleto de frases com ensinamentos interessantíssimos, andou, de uns anos para cá, aproximando-se do espiritismo. E lembro bem dele falando:

- Filho, estamos num mundo de provas e expiações!

Quando diz isto, refere-se a uma teoria espírita, a qual afirma que a Terra é um local onde estaríamos para sermos provados ou para repararmos faltas à Lei Divina, ou, na maioria dos casos, para ambas as coisas.

Assim, podemos nos comparar a um cachorrinho sendo adestrado. Fez besteira, é repreendido. Sofreu e fez o certo, ganha um biscoitinho para que, daquele momento em diante, repita aquela ação por saber que sempre terá uma bonificação, ou pelo menos não será castigado. É um espécie de "faça o bem, e serás recompensado".

O nosso biscoitinho é o conhecimento!

Portanto, a busca ao conhecimento é infindável, pois ela implica em diminuição do sofrimento.

Diante destes pensamentos, concluo que aquelas pessoas que tem boa resistência ao sofrimento acabam por ser as pessoas que melhor se dão nesta vida. Não têm medo de sofrer, e assim aprendem mais, lucram mais, agregam mais.

Destarte, meu conselho é: SOFRA! E saiba que, depois da tempestade, vem a bonança.

Elano Ribeiro
(elucubrando)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Resultados dos cearenses - ITU Triathlon Pan American Cup



No último dia 31 de março, sábado passado, foi realizado o ITU Triathlon Pan American Cup, em João Pessoa/PB. Alguns cearenses viajaram até a capital paraibana para participarem da prova. E eis os resultados:

Atleta
Equipe
Tempo
Categoria
Wesley Matos
Pro
1:58:33
Elite
João Martins Galvão
Fetriece - Núcleo
2:12:22
Sub-23
Natanael Sales
Fetriece – Núcleo
2:25:36
18 a 19 Masc
Ricardo Jesus
Sesi Ceará
2:30:45
30 a 34 Masc
Verônica Menezes
Fetriece
2:36:09
35 a 39 Fem
Francisco Ivanildo
Fetriece – Núcleo
2:36:48
20 a 24 Masc
Heraldo Viana
Ares
2:37:04
35 a 39 Masc
Andrea Queiroz
Red Team
2:43:36
30 a 34 Fem
Pablo Formiga
Zonaalvo
2:46:20
35 a 39 Masc
Lucidio Queiroz

2:47:28
45 a 49 Masc
Rafael Diogo
Zonaalvo
2:49:14
25 a 29 Masc
Pablo Ribeiro
Zonaalvo
2:50:39
30 a 34 Masc
Marcelo Rangel
Zonaalvo
2:51:56
30 a 34 Masc
Ricardo Barros Leal
Ares
3:04:52
25 a 29 Masc
Claudio Amora
Fetriece
4:16:42
TR1 Masc

Vamos aos destaques. Primeiramente, há de se exaltar a performance da Gigante Andréa, a qual tem alcançado resultados expressivos desde meados do ano passado. Desta vez, arrancou o quarto lugar geral na competição e, ainda, o primeiro lugar em sua categoria. Parabenizar Andréa já está virando "lugar comum".

Verônica Menezes também levou o ouro em sua categoria, sendo também merecedora de elogios. Wesley Matos vem confirmando ascensão no cenário da elite do triathlon nacional, e ficou em terceiro. Os garotos da Fetriece também estão em franca evolução. João Martins Galvão foi quarto na categoria Sub-23, Natanael Sales foi segundo na categoria 18 a 19 anos, e Ivanildo foi terceiro na categoria 20 a 24 anos.

Por fim, o paratleta Cláudio Amora, mais uma vez, foi medalha de ouro na categoria TR1.

Parabéns a todos os cearenses que se dispuseram a ir à João Pessoa para participar de mais uma prova da ITU - International Triathlon Union.